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Villas Boas

A educação a distância na educação básica: a realidade e a efetividade do ensino

 

A educação a distância na educação básica: a realidade e a efetividade do ensino

Dra. Maria Susley Pereira

Das três últimas décadas para cá temos tido a oportunidade de perceber e acompanhar o inegável avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC, as quais, de uma forma ou de outra, estão entranhadas na vida de cada um nós e na nossa vida em sociedade. A riqueza de possibilidades que as TIC oferecem é inegável, em particular para a educação, pois elas favorecem a inovação, permitem modernizar o ensino, alinhando-o às perspectivas sociais atuais e, sobretudo, às expectativas das novas gerações.

E é nesse caminho que entra a EaD, como uma ferramenta de inovação para o ensino convencional. Estamos em plena busca pelo fim da pandemia da Covid-19, atendendo a todas as recomendações sanitárias mundiais, com a fuga de aglomerações, o que obviamente inclui a paralisação das aulas. Isso tem deixado todos nós preocupados, afinal os estudantes precisam continuar seus estudos, precisam continuar avançando. Mas será que determinar que a suspensão das aulas seja revogada, nesse momento, e instituir o ensino a distância, abruptamente, será a solução mais adequada? Em se tratando da Educação Básica, especialmente, essa pode não ser uma saída pedagogicamente feliz.Continue a ler »A educação a distância na educação básica: a realidade e a efetividade do ensino

JUSTIÇA, AVALIAÇÃO E REPROVAÇÃO: O PODER DE PUNIR

 

JUSTIÇA, AVALIAÇÃO E REPROVAÇÃO: O PODER DE PUNIR

Profa. Dra. Enílvia R. Morato Soares

Ao determinar a reversão da decisão de uma escola pública do DF em aprovar 18 estudantes da Educação de Jovens e Adultos que deixaram uma prova em branco, a justiça:

  • Interfere em decisões de cunho pedagógico que não são de sua competência, por não contar com profissionais formados para esse fim.
  • Confere a um único instrumento avaliativo o poder de classificar e selecionar estudantes, estabelecendo sua não condição de prosseguir nos estudos e desconsiderando todas as demais práticas avaliativas que o estudante vivenciou.
  • Desqualifica o trabalho dos professores e demais profissionais que decidiram pela aprovação dos estudantes, desconsiderando o fato de que, por estarem convivendo cotidianamente e possuírem formação específica para o exercício do cargo, são eles os mais aptos a tomar tal resolução.
  • Extrai, do profissional docente, a autonomia necessária para o desenvolvimento de seu trabalho.
  • Desconsidera a condição de sujeitos historicamente excluídos do direito à educação – muitas vezes em decorrência de reiteradas reprovações – característica dos estudantes da EJA, e a necessidade de atendê-los de forma diversa, respeitando suas especificidades e realidades.
  • Contraria o Regimento Escolar da Rede pública de Ensino, que defende que:
    • “A função formativa da avaliação é o princípio das práticas avaliativas em toda a Rede pública de Ensino”;
    • o valor atribuído a testes/provas não pode ultrapassar 50% da nota final de cada componente curricular;
    • é de competência do Conselho Escolar “deliberar sobre os casos de aprovação, reprovação e avanço de estudos”.
  • Contraria orientações pedagógicas da SEEDF, como as Diretrizes de Avaliação, que estabelecem que:
    • Devem ser adotados diferentes instrumentos e procedimentos de avaliação com objetivo de, por meio da avaliação formativa, promover o avanço dos estudantes, citando: a avaliação por pares, prova, portfólio ou webfófio, registros reflexivos, seminários, pesquisas, trabalhos em pequenos; grupos, autoavaliação e outros.
    • “avaliar não é aplicar um instrumento, isoladamente, e dele se servir como o único parâmetro por parte do avaliador”;
    • a avaliação que serve para punir e/ou excluir as pessoas revela sua face mais cruel, pois diz respeito à questão de poder.
  • Contraria a própria LDB 9394/96, que determina que a avaliação deve ser “contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”.

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SBPC divulga nota em defesa da democracia

JC Notícias – 26/02/2020

SBPC divulga nota em defesa da democracia

Leia a nota na íntegra:

EM DEFESA DA DEMOCRACIA 

 

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC se manifesta publicamente em defesa da democracia e da Constituição Federal, em particular diante da iniciativa do mais alto dignitário da Nação de apoiar a convocação de atos políticos contra o Congresso Nacional, o que, uma vez confirmado, se caracterizaria como crime de responsabilidade. A sociedade brasileira não pode aceitar o retorno a experiências antidemocráticas e autoritárias do passado. A declaração das principais lideranças do Legislativo, do Judiciário e de muitos setores da sociedade brasileira em defesa da democracia é apoiada firmemente pela SBPC e, temos certeza, pela grande maioria da sociedade brasileira.

Ao longo de sua história de sete décadas a SBPC se destacou, assim como outras entidades da sociedade civil, por sua luta pela educação, pela ciência, pela saúde, pelo meio ambiente, pelos direitos humanos e sociais, pela democracia e pela soberania nacional. Atuamos contra as práticas autoritárias do regime ditatorial, em defesa das liberdades democráticas, pela redemocratização do País, pela construção da Constituição de 1988 e na elaboração e acompanhamento de políticas públicas consistentes.

Um desafio permanente para todos os brasileiros é a construção de um projeto nacional que conduza ao desenvolvimento sustentável do País e possibilite o estabelecimento de uma sociedade democraticamente estável e mais justa e solidária. Um projeto que conduza à erradicação da pobreza e à redução das desigualdades sociais e regionais, promova o bem de todos, sem preconceitos ou discriminações de qualquer tipo, a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. E a democracia é um requisito essencial e indispensável para que se construa um país desenvolvido social e economicamente de forma sustentável.

Neste momento crítico da vida nacional, reafirmamos a defesa intransigente da democracia plena, do Estado democrático de direito, com o respeito aos diversos poderes constituídos e às liberdades democráticas consagradas na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU e na Constituição Federal. É essencial que a sociedade brasileira e todas as suas forças democráticas atuem firmemente em defesa da democracia e da garantia dos direitos individuais e sociais de todos os cidadãos brasileiros.

 

São Paulo, 26 de fevereiro de 2020.

ILDEU DE CASTRO MOREIRA

Presidente da SBPC

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MEC lança programa Tempo de Aprender para aprimorar a alfabetização no país

MEC lança programa Tempo de Aprender para aprimorar a alfabetização no país

Terça-feira, 18 de fevereiro de 2020, 19h58

Iniciativa é voltada para professores e gestores das redes públicas de ensino
Tatiana Sócrates e Dyelle Menezes, do Portal MEC

Ensinar gerações de cidadãos a ler e a escrever. Esse é o papel dos professores da educação básica que ensinam os estudantes no início do ciclo escolar, durante o processo de alfabetização. Para cumprir esse objetivo, o Ministério da Educação (MEC) lançou nesta terça-feira, 18 de fevereiro, o programa Tempo de Aprender, voltado para o aperfeiçoamento, o apoio e a valorização a professores e gestores escolares do último ano da pré-escola e do 1º e 2º ano do ensino fundamental.Continue a ler »MEC lança programa Tempo de Aprender para aprimorar a alfabetização no país

Por que só as Escolas Cívico-Militares?

 

Por que só as Escolas Cívico-Militares?

MEC, 05/02/2020

Conheça as atividades extracurriculares que serão estimuladas nas escolas cívico-militares

Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2020, 10h13

Implementação do modelo de ensino começa em 2020; objetivo é promover melhoria na qualidade da educação básica no Brasil

Dyelle Menezes, do Portal MEC

Em 2020, o Ministério da Educação (MEC) inicia a implementação de um dos seus principais programas: as escolas cívico-militares. Desenvolvido para promover a melhoria na qualidade da educação básica do país, o novo modelo de ensino vai estimular atividades extracurriculares.

De acordo com o Manual das Escolas Cívico-Militares, a realização desse tipo de atividade contribui para o desenvolvimento da educação integral dos alunos. “A escola deve normatizar o funcionamento dessas atividades, que podem ser propostas pelos docentes, pelo corpo de monitores ou pelos demais integrantes da comunidade escolar”, diz o documento.

Conheça os tipos de atividades extracurriculares que serão incentivadas:Continue a ler »Por que só as Escolas Cívico-Militares?

FAMÍLIA: presente!

FAMÍLIA: presente!!

Rose Meire da Silva e Oliveira

 Olá, queridos pais e responsáveis,

Logo, logo mais um ano letivo escolar se aproxima e escrevo-lhes esta carta para conversarmos sobre um assunto relevante para a aprendizagem dos seus filhos/estudantes!

Imagino que nos primeiros dias de aula um turbilhão de ideias, expectativas, anseios e de dúvidas surgem sobre o trabalho da escola, as atividades pedagógicas que serão desenvolvidas pelos professores, como será o desempenho dos seus filhos. Alguns ainda poderão se perguntar: será que meu (minha) filho (a) irá gostar do (a) professor (a), dos colegas em sala de aula? Será bem acolhido pelos profissionais da escola? Conseguirá aprender? Terá dever de casa e com qual periodicidade? Como serão as provas? Haverá notas? Quais atividades serão cobradas? Será aprovado ao final do ano letivo?Continue a ler »FAMÍLIA: presente!

Notas: para quê? Uma discussão que não pode ser adiada

 

Notas: para quê? Uma discussão que não pode ser adiada

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Novo ano letivo iniciando. Hora de dar continuidade ao planejamento do trabalho pedagógico. Refiro-me à continuidade porque as informações coletadas no ano anterior não são engavetadas. São aproveitadas. A avaliação é um componente crucial desse processo porque é o ponto de partida da organização do trabalho pedagógico, acompanhando todo o seu percurso, o concluindo e oferecendo elementos para a sua retomada. Costumamos discutir vários aspectos relacionados ao trabalho escolar e à avaliação, mas em um deles não tocamos: o uso de notas. Qual a razão de insistirmos na sua adoção? Por que perduram há tanto tempo?

Por isso, é oportuno comentar brevemente um estudo realizado nos Estados Unidos sob a coordenação de Susan Brookhart e Thomas R. Guskey (2019), sobre o uso de notas. Eles reuniram um grupo de renomados professores para sintetizar pesquisas sobre notas, realizadas nos últimos 100 anos. Como se pode perceber, pesquisar o uso de notas em 100 anos demonstra quão importantes têm sido no trabalho escolar.Continue a ler »Notas: para quê? Uma discussão que não pode ser adiada

Semana pedagógica: discutindo a avaliação formativa

 

Semana pedagógica: discutindo a avaliação formativa

Maria Theresa de O. Corrêa

Compreender a avaliação, de maneira mais ampla, para além da correção de trabalhos, exercícios e provas, é um desafio que se impõe a cada momento não somente para os (as) professores (as) mas para a toda a escola, considerando a sua temporalidade e complexidade. Cada período letivo é único e no ambiente escolar, afirma Cerqueira (2006), inscrevem-se regras, histórias, fantasias, formalidades que afetam e contribuem para a produção de sentido na educação.

Assim, a “semana pedagógica” é uma oportunidade ímpar para se começar o ano discutindo o processo avaliativo, a partir das necessidades da própria escola, da sua complexidade.  Nessa ocasião, esforços diversos e em conjunto são empreendidos pela secretaria escolar, equipe gestora, agentes da limpeza, da portaria que, entre outros, matizam cores, sons e intenções para o ano escolar que se inicia. Essa dinâmica desenha, de forma ampla, o trabalho pedagógico que será desenvolvido durante o período letivo e que implicará as ações realizadas em sala de aula pelos (as) professores (as) com os (as) estudantes.Continue a ler »Semana pedagógica: discutindo a avaliação formativa

Olá!

 

 

Olá!

Vânia Leila Nogueira

            O Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico (GEPA) convida a todos os envolvidos na dinâmica da escola para fomentar o diálogo responsável sobre os saberes construídos acerca da avaliação, saberes estes presentes no chão da sala de aula.

Começa 2020 e assim um novo ano letivo. Os desafios de todo começo ou recomeço estão presentes no nosso cotidiano escolar. O cenário educacional sempre muda e nos apresenta circunstâncias, situações subjetivas e inesperadas sobre as quais precisamos agir. Ação coletiva é sempre o melhor caminho para elaborarmos estratégias e planejar ações efetivas para a organização do trabalho pedagógico da escola.

Todos nós, professores, independentemente da etapa ou modalidade na qual atuamos, queremos construir uma relação respeitosa com nossos estudantes, sejam crianças, adolescentes ou adultos. Consideramos importante atentar para os três níveis da avaliação (para as aprendizagens, institucional e em larga escala). Garantir tal proposta no projeto político pedagógico da escola é imprescindível, pois as finalidades de futuro e as realizações da prática escolar carecem ser pensadas e debatidas por toda a comunidade escolar.Continue a ler »Olá!

Avaliar para planejar!

Avaliar para planejar!

Profa. Dra. Elisângela T. Gomes Dias

 

Avaliar é uma competência que temos buscado desenvolver, e a cada dia descobrimos atributos que vão se refinando, pois essa é uma ação permanente.

Com o início do ano letivo, é fundamental compreender que avaliamos para planejar e intervir. O projeto da escola aponta a direção e os rumos. Mesmo sem conhecer os estudantes, sabemos o que ensinar em cada série, ano ou etapa. O currículo dispõe de um conjunto de orientações e os materiais que o traduzem, como os livros didáticos e as apostilas, sugerem como fazer. Mas é necessário que o docente não esqueça que cada criança, jovem ou adulto não é uma folha em branco ou uma tábula rasa. Eles trazem um conjunto de conhecimentos e experiências que precisam ser valorizados e servir de ponte para novas aprendizagens.  Continue a ler »Avaliar para planejar!

Avaliar para planejar… planejar para avaliar

 

Avaliar para planejar… planejar para avaliar

Enílvia Rocha Morato Soares

 

Teremos na próxima semana, a partir do dia 03 de fevereiro, o início de mais um ano letivo nas escolas públicas do Distrito Federal. Como sempre acontece na primeira semana após o período de férias dos estudantes e professores, chamada oficialmente de “Semana Pedagógica”, profissionais da educação e integrantes da comunidade escolar se reúnem para (re)planejar o trabalho que pretendem desenvolver ao longo do ano. Trata-se, portanto, de um momento em que a avaliação se mostra imprescindível.

Diferente da visão pontual e retrospectiva que, em geral, incide sobre as avaliações situando-as ao final de processos, reflexões sobre o modo como se pretende caminhar não dispensa o olhar atento sobre o percurso já trilhado, constituindo norte para a manutenção do foi produtivo, eliminação do que não foi e projeção de novas investidas que, por sua vez, deverão ser reincidentemente avaliadas.Continue a ler »Avaliar para planejar… planejar para avaliar