Será o Ceará o nosso Texas? Sim
Será o Ceará o nosso Texas? Sim. por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas Em setembro de 2016 perguntei em um post: Será oContinue a ler »Será o Ceará o nosso Texas? Sim
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Os entusiastas de escolas militarizadas ou de gestão compartilhada com militares devem conhecer esta pesquisa. Não se consegue disciplina na escola por meio de regrasContinue a ler »Estudo da música favorece desempenho, diz estudo
“Tento integrar a tecnologia o máximo que posso em minhas aulas, e uso tecnologia de baixo custo para ajudar os alunos a visualizar conceitosContinue a ler »A educação é um trabalho que precisa ser feito em equipe”, diz melhor professor do mundo
Os estudantes terão de se submeter a mais um exame JC Notícias – 03/07/2019 Prefeitura de SP lança novo indicador de qualidade de ensino MunicípioContinue a ler »Prefeitura de SP lança novo indicador de qualidade de ensino
JC Notícias – 25/06/2019 O Indicador de Desigualdades e Aprendizagens (Idea) é baseado em dados oficiais da Prova Brasil e aponta, para cada município brasileiro,Continue a ler »Desigualdade na educação é alvo de novo indicador
JC Notícias – 26/06/2019 “Qualidade para poucos não é qualidade”: novo indicador sobre educação põe desigualdade em foco Índice aponta que maioria das escolasContinue a ler »“Qualidade para poucos não é qualidade”: novo indicador sobre educação põe desigualdade em foco
Escola é lugar de aprendizagens. Situações como esta, vivenciada pelos estudantes, são por eles incorporadas. JC Notícias – 19/06/2019 Escolas no Brasil têm menosContinue a ler »Escolas no Brasil têm menos tempo para ensino e mais bullying entre alunos do que média internacional, indica pesquisa da OCDE
LIVRO PRODUZIDO POR INTEGRANTES DO GEPA
CONVERSAS SOBRE AVALIAÇÃO – 2019
Sumário
Apresentação
Esmiuçando a avaliação formativa – Benigna Maria de Freitas Villas Boas
A avaliação na Educação Infantil – Maria Theresa de Oliveira Corrêa
Comportamento: cabe avaliá-lo? – Enílvia Rocha Morato Soares
Contribuições da avaliação para uma “nova forma de fazer EJA” – Benigna Maria de Freitas Villas Boas e Leda Bittencourt da Silva
Iniciando a disciplina Didática pela análise da avaliação – Maria Emilia Gonzaga de Souza
Avaliação: qual é o seu lugar? – Enílvia Rocha Morato Soares
Circularidade de saberes sobre avaliação – Benigna Maria de Freitas Villas Boas
O que muda na avaliação na escola em ciclos? – Rose Meire da Silva e OliveiraContinue a ler »Conversas sobre avaliação
TRABALHO ESCOLAR, DISCIPLINA E REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF: INCOERÊNCIAS E CONTRADIÇÕES
Edileuza Fernandes Silva (SEEDF/UnB)
Enílvia Soares Morato (SEEDF/GEPA)
O cumprimento da função social da escola requer uma organização que se desvela por meio de práticas que reclamam dos sujeitos que a integram, comportamentos considerados apropriados ao alcance desse fim. Organizar-se de forma a diminuir o grau de incertezas que dificultam, quando não impedem a escola de cumprir o seu papel social de ensinar a todos, se mostra, portanto, pertinente e necessário. A disciplina insere-se nesse contexto, tornando necessária a adoção de normas de convivência que possibilitem um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades escolares comprometidas com as aprendizagens de todos.Continue a ler »TRABALHO ESCOLAR, DISCIPLINA E REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF: INCOERÊNCIAS E CONTRADIÇÕES
JC Notícias – 24/05/2019 Bernardete Angelina Gatti: Por uma política de formação de professores Pesquisadora expõe obstáculos e desafios enfrentados na preparação de novos educadoresContinue a ler »Bernardete Angelina Gatti: Por uma política de formação de professores
AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL?
Enílvia Rocha Morato Soares
Pesquisadora do GEPA
A avaliação carrega, ainda hoje, marcas acentuadas dos exames escolares criados no século XVI com o objetivo de selecionar estudantes em função da capacidade de memorização por eles demonstrada. A presença desse modo de avaliar se mostra fortalecido pelas atuais políticas de avaliação que se ocupam de avaliar sistemas de ensino por meio de exames, cujos resultados têm servido muito mais para ranquear escolas e estudantes do que para incitar a adoção de políticas públicas necessárias à melhoria da qualidade da educação.Continue a ler »AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL?
Giroux: a guerra contra o ensino superior por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas “Giroux, autor de Neoliberalism’s War on Higher Education (“aContinue a ler »Giroux: a guerra contra o ensino superior
Leitura obrigatória A pós-verdade da avaliação censitária por Luiz Carlos de Freitas Avaliações de larga escala, feitas para abranger municípios, estados ou mesmo uma nação podemContinue a ler »A pós-verdade de avaliação censitária
ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF
Grupo de pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA
06/05/2019
A Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) vem construindo concepção e práticas de avaliação formativa desde 2000. Quatro versões das diretrizes de avaliação foram elaboradas nesse período, sendo que as três últimas tiveram a participação de professores. A quinta versão foi concluída ao final de 2018, mas não foi implementada. Um esforço gigantesco foi empreendido, durante os últimos anos, por meio da formação continuada dos educadores, para ampliação da compreensão dessa função avaliativa.
Contudo, ao final de abril deste ano, as escolas foram surpreendidas por uma proposta de alteração do regimento escolar a elas enviada para oferecimento de sugestões, que entra em conflito com os preceitos da avaliação formativa inseridos nos documentos oficiais da rede pública do DF. Continue a ler »ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF
“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”
Benigna Maria de Freitas Villas Boas
A pergunta acima foi feita por uma professora da rede pública de ensino do DF, muito comprometida com o trabalho que desenvolve. Como o DF mantém a organização da escolaridade em ciclos há algum tempo e suas escolas receberam documentos orientadores da sua implementação, fui consultá-los para entender a razão da pergunta da professora. Não encontrei a resposta para sua dúvida. Fiquei preocupada. Ela deveria constar das orientações. Tento aqui refletir sobre o tema. Continue a ler »“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”
JC Notícias – 29/04/2019 Manifesto urgente pelas Ciências Humanas é lançado por sociólogos brasileiros Nota da Sociedade Brasileira de Sociologia em Defesa do Ensino eContinue a ler »Manifesto urgente pelas Ciências Humanas é lançado por sociólogos brasileiros
“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”
Maria Susley Pereira
Pesquisadora do GEPA
A pergunta acima foi feita por uma professora da rede pública de ensino do DF muito comprometida com as aprendizagens dos estudantes. Este breve texto procura respondê-la.
Em primeiro lugar devo dizer que responder a esta pergunta em poucas linhas não é uma tarefa simples, pois falar sobre educação não nos permite discuti-la como uma ciência exata e, sendo assim, seria conversa “pra mais de metro”.
Sabemos que a reprovação e o abandono escolar são situações com as quais a educação brasileira convive há muito tempo e estão presentes desde os primeiros anos de escolaridade dos estudantes. No entanto, muito além desses dois efetivos problemas, enfrentamos um ainda mais complexo: muitos alunos seguem sua trajetória escolar com resultados inexpressivos em suas aprendizagens, resultando no que se tem chamado de “fracasso escolar”, mas que é possível ser denominado de um “fracasso da escola”, que produz a exclusão dentro dela mesma quando permite que o aluno ali permaneça sem aprender, inclusive contribuindo para o crescimento do fenômeno da defasagem série/idade.Continue a ler »O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?
O documento foi produzido por ocasião da Reunião Regional da SBPC em Sobral, no Ceará, com apoio de pesquisadores, professores, estudantes, Prefeitura e instituições públicas do município
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulga neste sábado, 30 de março, a “CARTA DE SOBRAL”, conclamando a comunidade científica, acadêmica e escolar, sociedade civil, lideranças políticas e parlamentares a atuarem vigorosamente contra os retrocessos que ameaçam a educação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a democracia no País.
O documento foi produzido por ocasião da Reunião Regional da SBPC em Sobral, no Ceará, realizada nesta semana, entre 27 e 30 de março, evento que reuniu mais de 3 mil pessoas. O texto tem apoio de pesquisadores, professores, estudantes e Prefeitura e instituições públicas do município.
“Queremos que todos os cidadãos, em especial as crianças e os jovens, tenham garantidos seus direitos educacionais e sociais. Motivos justos para comemorações intensas pelo conjunto dos brasileiros, nos próximos anos e décadas, serão a superação do analfabetismo e da miséria, o avanço significativo na educação, na ciência e na tecnologia, uma melhor qualidade de vida para todos, a redução das desigualdades, a preservação do meio ambiente e de nossas riquezas naturais, que estão em causa neste momento, e o desenvolvimento sustentável do País”, afirma o manifesto.
Leia abaixo a carta na íntegra:
CARTA DE SOBRAL
Sob o Sol de Sobral: por uma educação básica de qualidade, pela ciência e pela democracia
O problema imaginado por minha mente foi solucionado pelo céu luminoso do Brasil
[Albert Einstein, 1925]
A SBPC e os participantes de sua Reunião Regional, realizada em Sobral entre os dias 27 e 30 de março, se manifestam firme e decididamente em defesa da educação pública de qualidade, da ciência e da democracia no País.
Comemoramos neste ano o centenário do eclipse solar de 1919, cujas observações, feitas em Sobral, foram decisivas para a confirmação da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, que alterou profundamente a ciência e a nossa visão do Universo. Deste município do Ceará, Terra da Luz – primeiro estado brasileiro a abolir a escravidão –, vem, ainda, o exemplo notável de melhoria significativa no desempenho dos estudantes das escolas básicas, um processo que foi construído a partir de políticas públicas continuadas e que priorizaram a educação. Outros exemplos similares, e exitosos, provêm de diversos municípios brasileiros. Um desafio grande é estendê-los para abarcar todo o País.
A valorização efetiva do professor e sua formação adequada são fatores essenciais para a melhoria da educação básica. Outros fatores importantes são condições de trabalho adequadas, boa gestão escolar, avaliações criteriosas e mobilização da comunidade local em prol da educação. O ensino de ciências é fundamental para a formação de um cidadão no mundo contemporâneo. No momento em que ganham proeminência ideias obscurantistas e correntes anticientíficas, é essencial destacar a importância decisiva do conhecimento científico para as tomadas de decisão individuais e coletivas, para a gestão pública e para o desenvolvimento social e econômico do País.
O papel do Estado é essencial para a garantia dos direitos sociais dos brasileiros. A vinculação orçamentária de recursos para a educação e saúde foi uma importante conquista da Constituição de 1988, e a desvinculação desse orçamento, como anunciada recentemente, é uma ameaça muito grave e terá consequências catastróficas para a educação, a saúde e a qualidade de vida da imensa maioria dos brasileiros. Conclamamos todos os brasileiros a se unirem em um movimento amplo em defesa da educação pública de qualidade, laica, que respeite a diversidade e assegure direitos e oportunidades iguais para todas as crianças e jovens. O destino do povo brasileiro deve estar acima dos interesses financeiros ou de setores privilegiados da sociedade.
Por outro lado, os drásticos cortes realizados recentemente no orçamento de Ciência, Tecnologia e Inovação (da ordem de 40%), que já estava em nível muito baixo, colocam o Brasil na contramão da história. Os países desenvolvidos investem de maneira ainda mais acentuada em CT&I em momentos de crise econômica. Pesquisas demonstram que o investimento em ciência tem repercussão social significativa e retorno econômico grande. É inaceitável que sejam feitos novos cortes em um orçamento já tão reduzido. As consequências afetarão toda a estrutura de pesquisa no País e, ainda, os setores empresariais que buscam promover a inovação. Eles comprometem o funcionamento do sistema nacional de CT&I, construído ao longo de décadas, dificultam a recuperação econômica e certamente irão afetar seriamente a qualidade de vida da população brasileira e a soberania do País.
Recursos para educação e para ciência e tecnologia não são gastos, são investimentos do presente em um futuro melhor para o País!
A SBPC, ao longo de sua história, juntamente com muitas outras entidades científicas acadêmicas e da sociedade civil, se destacou por sua luta pela educação, pela ciência e pela democracia no Brasil. Atuamos contra as práticas autoritárias de um regime ditatorial, em defesa das liberdades democráticas, pela redemocratização do País e pela construção da Constituição de 1988 que incorporou os direitos da cidadania. Neste momento crítico da vida nacional, reafirmamos a importância do livre pensar e da democracia em sua plenitude. Não aceitaremos o retorno do cerceamento às liberdades democráticas, da censura, das perseguições políticas, da ausência da liberdade de expressão, que são direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
Queremos que todos os cidadãos, em especial as crianças e os jovens, tenham garantidos seus direitos educacionais e sociais. Motivos justos para comemorações intensas pelo conjunto dos brasileiros, nos próximos anos e décadas, serão a superação do analfabetismo e da miséria, o avanço significativo na educação, na ciência e na tecnologia, uma melhor qualidade de vida para todos, a redução das desigualdades, a preservação do meio ambiente e de nossas riquezas naturais, que estão em causa neste momento, e o desenvolvimento sustentável do País.
É essencial, neste momento, uma atuação vigorosa e permanente da comunidade científica, acadêmica e educacional como um todo, por meio de suas entidades e instituições de pesquisa. É necessária uma mobilização mais intensa dos pesquisadores, professores e estudantes, das entidades científicas e das instituições de ensino e pesquisa brasileiras, em conjunto com outros setores da sociedade civil, lideranças políticas e parlamentares, para exercerem uma pressão social legítima, que poderá ser determinante para a reversão do atual quadro de retrocessos no apoio à educação e à ciência e tecnologia e de ameaças à democracia no País.
Que o Sol luminoso do Brasil inspire e motive a todos nós na resolução dos problemas do País.
Sobral, 30 de março de 2019
Continue a ler »SBPC divulga manifesto em defesa da educação, da ciência e da democracia
Escola: caminho para a libertação ou para a prisão?
Enílvia Rocha Morato Soares
Ao defender o projeto de militarização das escolas do Distrito Federal, o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Educação do DF alegou, em entrevista ao Bom dia DF do dia 12 de março, que a disciplina dos estudantes assegurada pelos policiais resultaria em maior tempo de aula e, em decorrência, melhoraria a qualidade do trabalho desenvolvido pelos professores.
O entrevistado não explicou, nesse momento, o conceito de “qualidade” a que estava se referindo. Se considerarmos, no entanto, que um dos critérios adotados pela SEEDF para definição das quatro escolas que implantariam inicialmente o projeto foi a nota do IDEB, pode-se pressupor que a qualidade destacada pelo secretário está fortemente associada aos resultados obtidos nos exames externos. Freitas (2009, p. 66) desmistifica esse raciocínio ao explicar que “o desempenho de uma escola implica ter alguma familiaridade e proximidade com o seu dia-a-dia o que não é possível para os sistemas de avaliação em larga escala realizados pela federação ou pelos estados, distantes da escola”.Continue a ler »Escola: caminho para a libertação ou para a prisão?
Miriam Leitão: MEC à deriva por Luiz Carlos de Freitas Avaliação de Miriam Leitão sobre a situação do Ministério da Educação. Acesse aqui. Leia maisContinue a ler »Miriam Leitão: MEC à deriva
Disparidade chega a ser de cinco vezes, segundo nível socioeconômico
No Brasil, enquanto 83% dos estudantes mais ricos saem da escola pública tendo aprendido o adequado em língua portuguesa ao final do ensino médio, entre os estudantes mais pobres, essa porcentagem é 17%. Em matemática, 63,6% dos alunos mais ricos aprenderam o adequado e apenas 3,1% dos mais pobres saem da escola sabendo o mínimo considerado suficiente na disciplina. Os dados são do Todos pela Educação (TPE), organização social, sem fins lucrativos.
A entidade analisou os microdados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 e mostrou que há diferença grande e constante, desde 2011, entre o desempenho dos mais ricos e dos mais pobres em todos os níveis analisados, no 5º e no 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio. A disparidade entre as porcentagens de estudantes que aprendem o adequado chega a ser quase cinco vezes maior entre aqueles com maior nível socioeconômico e os com menor nível.
“A educação, que poderia ser uma das principais ferramentas para diminuir a desigualdade de aprendizagem não tem conseguido fazer isso de maneira consistente no Brasil”, diz o diretor de Políticas Educacionais do TPE, Olavo Nogueira Filho. “A gente está avançando na média brasileira, mas está mantendo um alto grau de desigualdade entre alunos de nível socioeconômico mais alto e mais baixo. Estamos melhorando sem conseguir diminuir esse resultado entre mais ricos e mais pobres”, avalia.
O Saeb avalia estudantes quanto aos conhecimentos de língua portuguesa e matemática e é aplicado de dois em dois anos. A avaliação é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que classifica os estudantes em seis grupos, considerando o nível socioeconômico.
O grupo 1 reúne os estudantes com o menor poder aquisitivo. São, em maior parte, estudantes com renda familiar mensal de até um salário mínimo e que têm, em casa, bens elementares, como uma geladeira e uma televisão, sem máquina de lavar roupa ou computador. Os pais ou responsáveis têm formação até o 5º ano do ensino fundamental ou inferior.
Na outra ponta, está o grupo 6, com estudantes com renda familiar mensal de sete salários mínimos ou mais, cujos pais ou responsáveis completaram a faculdade e que tem em casa três ou mais televisores, dois ou mais computadores, entre outros bens.
A diferença é constatada desde o 5º ano do ensino fundamental, quando 90,4% dos mais ricos aprendem o adequado em língua portuguesa e 83,9%, em matemática e apenas 26,3% dos mais pobres aprendem o adequado em português e 18,1%, em matemática.
De acordo com Nogueira Filho, a escola pública não está cumprindo um de seus principais potenciais: reduzir desigualdades. “Para fazer isso, é preciso ter uma política educacional que se preocupe com essa questão. Uma política educacional que se traduza em mais recursos para quem tem maior desafio”, defende.
De acordo com o diretor, ocorre o contrário no país. “Os municípios mais vulneráveis, em geral, são os que têm menor investimento por aluno quando comparados com regiões de nível socioeconômico mais elevado”.
Aprendizagem adequada
De acordo com o levantamento do TPE, em média, considerando juntos todos os níveis socioeconômicos, houve melhora na aprendizagem no país, no ensino fundamental. No ensino médio, há praticamente estagnação desde 2001.
O maior salto foi no 5º ano do ensino fundamental. Em 2001, 23,7% dos estudantes aprendiam o adequado em língua portuguesa e 14,9%, em matemática. Essas porcentagens chegaram a 60,7% e a 48,9%, respectivamente, em 2017.
No final do ensino médio, em 2001, 25,8% dos jovens deixavam a escola sabendo o mínimo adequado em português e 11,6%, em matemática. Em 2017, essas porcentagens passaram para 29,1% em língua portuguesa e reduziram para 9,1% em matemática.
O TPE considera como aprendizagem adequada estudantes que obtiveram pelo menos, em língua portuguesa, 200 pontos no 5º ano do ensino fundamental, 275 no 9º ano e 300 no final do ensino médio. Em matemática, é necessário tirar pelo menos 225 pontos no 5º ano, 300 pontos no 9º ano e 350 pontos no 3º ano do ensino médio.
As pontuações foram definidas por um conjunto de especialistas que buscou como referência, inclusive, o desempenho de estudantes de nível semelhante em outros países.
Seguindo os níveis propostos pelo Inep, essas pontuações significam que os estudantes devem estar pelo menos no nível 5 de 10 níveis em matemática e no nível 4 de 9 níveis em língua portuguesa, no 5º ano; no nível 4 de 8 níveis em português e 5 de 9 níveis em matemática, no 9º ano; e no 6 de 10 em matemática e nível 4 de 8 níveis em língua portuguesa, no 3º ano do ensino médio.
Ministério da Educação
No ano passado, o Ministério da Educação divulgou, pela primeira vez, o nível que considera adequado para cada etapa. Os níveis considerados são mais rígidos do que os definidos pelo Todos pela Educação, considerando adequado apenas o nível 7 em ambas as disciplinas. A métrica foi questionada por especialistas.
Pelo critério do MEC, apenas 1,62% dos estudantes obteve o mínimo adequado em língua portuguesa ao final do ensino médio e 4,52%, o mínimo em matemática, em 2017.
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