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Villas Boas

Docência universitária não se restringe a aula

JC Notícias – 26/07/2019

Docência universitária não se restringe a aula

“No debate sobre a proposta do Future-se, apresentada pelo MEC há uma semana, a grande crítica tem recaído na redução da questão da educação superior,  a  seu financiamento. Agora uma nova polêmica se acrescenta: a da docência universitária”, afirma Silke Weber, professora emérita da UFPE

À semelhança do Future-se, quando o MEC se volta para as formas de assegurar a manutenção do sistema universitário federal, certamente oneroso para qualquer nação, passa agora a  questionar a especificidade da docência nas universidades. Novamente uma visão reducionista baliza a proposta do Ministério, ao não considerar que as universidades, têm como finalidades, a produção e disseminação do conhecimento, a formação profissional, o desenvolvimento cientifico e tecnológico e o enriquecimento cultural, além  de oferecer suporte à formulação de políticas publicas.

A consecução de tais finalidades requer  trabalho e  dedicação de um corpo profissional altamente qualificado, para atender necessidades de formação de quadros demandadas pela sociedade e pelas diferentes áreas de conhecimento. Para tanto, o corpo profissional das  universidades é instado a atuar na disseminação do conhecimento,  feito principalmente por meio de aulas, mas, também , a se voltar  para a produção e retificação do conhecimento visando à experimentação de respostas aos problemas abordados pelas diversas áreas,  e pelas necessidades da  sociedades, o que requer  a fabricação  de tecnologias e o desenvolvimento    de inovações correspondentes.

A atividade  didático-pedagógica da universidade é, por conseguinte, apenas uma das facetas da atividade docente, desde que lhe cabe  ministrar aulas,  e também,   a orientação   ou supervisão de estudantes  em monitoria, iniciação científica, estágios, trabalhos de conclusão de cursos , residências, no âmbito da  graduação,  e se responsabilizar  pela orientação de pesquisas  e avaliação da sua qualidade  nos cursos de pós-graduação, lato e stricto sensu.  Acrescente-se, ainda, a elaboração de projetos de pesquisa próprios e interinstitucionais  voltados para  áreas de especialização e/ou ao  atendimento a prioridades nacionais ou locais , sendo  inerente a esse processo  a interlocução com pares em  congressos, seminários, simpósios  e a publicação de  seus resultados.

A atividade docente universitária implica, ainda, a participação na solução  de problemas sociais e econômicos conjunturais ou históricos mediante a integração de ensino e de pesquisa, além, da promoção de enriquecimento cultural.

A complexidade envolvida na atividade universitária constitui, assim, uma das razões da definição do tempo de trabalho, acertadamente, contemplada na Reforma Universitária de 1968. A profissionalização daí decorrente explica ser a universidade pública responsável por cerca de 90% da pesquisa produzida no país, com evidente repercussão em políticas públicas  e  objeto de reconhecimento internacional.

Cabe, portanto, conduzir o debate sobre a docência universitária dentro dos parâmetros  que conformam a sua especificidade, ao invés de suscitar conflitos com a docência da Educação Básica, cuja valorização é há muito objeto de luta significativa, e sobre a qual a universidade brasileira vem dedicando inúmeros estudos e pesquisas e atuado na formação de seus professores.

ADUFEPE

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CARTA DE CUIABÁ da SBEM

 

CARTA DE CUIABÁ da SBEM

A Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), reunida em Cuiabá (MT) durante o XIII Encontro Nacional de Educação Matemática, com seus mais de quatro mil participantes e cumprindo sua responsabilidade social como sociedade civil e científica atuante no campo da Educação, vem externar publicamente sua extrema preocupação com as políticas públicas em Educação recentemente propostas ou promulgadas em âmbito federal no Brasil.

Essas políticas incluem medidas flagrantemente contrárias à Educação como pilar essencial para uma sociedade democrática, orientada pela justiça social, culturalmente plural e inclusiva – tais como: cortes de verbas para a educação básica pública; cortes de verbas ou extinção de programas específicos voltados para a inclusão de populações socialmente carentes ou subalternizadas; desqualificação profissional e deterioração das condições dignas de trabalho de professoras e professores que ensinam na educação básica pública; ataques a institutos federais e a universidades públicas, em seus princípios de autonomia, gestão, gratuidade e inclusão; subordinação da produção científica e tecnológica a interesses econômicos e mercadológicos; desqualificação das Ciências Sociais e Humanas; cerceamento da liberdade de expressão e perseguição política de professoras e professores; rompimento das garantias historicamente conquistadas de educação escolar com qualidade social referenciada para todas e todos.Continue a ler »CARTA DE CUIABÁ da SBEM

ESCOLA: O QUE NELA SE APRENDE QUANDO SE TORNA MILITARIZADA?

ESCOLA: O QUE NELA SE APRENDE QUANDO SE TORNA MILITARIZADA?

Autoria: GEPA

O progressivo aumento da indisciplina, do uso de drogas, do vandalismo, da evasão e da violência nas escolas, seja entre os estudantes ou contra os professores, é uma realidade que tem chamado a atenção da população e suscitado, de forma efusiva, por governantes de diferentes localidades do país, a defesa pela gestão compartilhada das escolas públicas com a Polícia Militar. É uma realidade que não combina com o ambiente escolar, espaço de autonomia pedagógica e reflexão crítica.

Toda essa inquietação não é mais uma discussão restrita às salas dos professores e aos espaços educacionais como um todo, pois reverbera em toda a sociedade que, por sua vez, almeja respostas e ações governamentais que ponham um fim a essa complexa situação.Continue a ler »ESCOLA: O QUE NELA SE APRENDE QUANDO SE TORNA MILITARIZADA?

Conversas sobre avaliação

LIVRO PRODUZIDO POR INTEGRANTES DO GEPA

CONVERSAS SOBRE AVALIAÇÃO – 2019

Sumário

 

Apresentação

Esmiuçando a avaliação formativa – Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A avaliação na Educação Infantil – Maria Theresa de Oliveira Corrêa

Comportamento: cabe avaliá-lo? – Enílvia Rocha Morato Soares

Contribuições da avaliação para uma “nova forma de fazer EJA” – Benigna Maria de Freitas Villas Boas e Leda Bittencourt da Silva

Iniciando a disciplina Didática pela análise da avaliação – Maria Emilia Gonzaga de Souza

Avaliação: qual é o seu lugar? – Enílvia Rocha Morato Soares

Circularidade de saberes sobre avaliação – Benigna Maria de Freitas Villas Boas

O que muda na avaliação na escola em ciclos? – Rose Meire da Silva e OliveiraContinue a ler »Conversas sobre avaliação

TRABALHO ESCOLAR, DISCIPLINA E REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF: INCOERÊNCIAS E CONTRADIÇÕES

TRABALHO ESCOLAR, DISCIPLINA E REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF: INCOERÊNCIAS E CONTRADIÇÕES

Edileuza Fernandes Silva (SEEDF/UnB)

Enílvia Soares Morato (SEEDF/GEPA)

 

O cumprimento da função social da escola requer uma organização que se desvela por meio de práticas que reclamam dos sujeitos que a integram, comportamentos considerados apropriados ao alcance desse fim. Organizar-se de forma a diminuir o grau de incertezas que dificultam, quando não impedem a escola de cumprir o seu papel social de ensinar a todos, se mostra, portanto, pertinente e necessário. A disciplina insere-se nesse contexto, tornando necessária a adoção de normas de convivência que possibilitem um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades escolares comprometidas com as aprendizagens de todos.Continue a ler »TRABALHO ESCOLAR, DISCIPLINA E REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF: INCOERÊNCIAS E CONTRADIÇÕES

AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL?

 

AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL?

Enílvia Rocha Morato Soares

Pesquisadora do GEPA

 

A avaliação carrega, ainda hoje, marcas acentuadas dos exames escolares criados no século XVI com o objetivo de selecionar estudantes em função da capacidade de memorização por eles demonstrada. A presença desse modo de avaliar se mostra fortalecido pelas atuais políticas de avaliação que se ocupam de avaliar sistemas de ensino por meio de exames, cujos resultados têm servido muito mais para ranquear escolas e estudantes do que para incitar a adoção de políticas públicas necessárias à melhoria da qualidade da educação.Continue a ler »AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL?

ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

 

ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

Grupo de pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA

06/05/2019

A Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) vem construindo concepção e práticas de avaliação formativa desde 2000. Quatro versões das diretrizes de avaliação foram elaboradas nesse período, sendo que as três últimas tiveram a participação de professores. A quinta versão foi concluída ao final de 2018, mas não foi implementada. Um esforço gigantesco foi empreendido, durante os últimos anos, por meio da formação continuada dos educadores, para ampliação da compreensão dessa função avaliativa.

Contudo, ao final de abril deste ano, as escolas foram surpreendidas por uma proposta de alteração do regimento escolar a elas enviada para oferecimento de sugestões, que entra em conflito com os preceitos da avaliação formativa inseridos nos documentos oficiais da rede pública do DF.  Continue a ler »ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF