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Villas Boas

OS FINS EDUCACIONAIS DEVEM MUDAR: NÃO SE TRATA MAIS DE BUSCAR BOAS NOTAS, MAS SIM DE FAZER DO MUNDO UM LUGAR MELHOR

 

“Os fins educacionais devem mudar: não se trata mais de buscar boas notas, mas sim de fazer do mundo um lugar melhor” (Marc Prensky, criador de termos como ‘nativos digitais)

‘A escola deve ser o lugar de encontrar soluções para o mundo real’, diz educador

O Globo, 16/07/2017

por Josy Fischberg

Marc Prensky um dos palestrantes do evento Educação 360 Tecnologia

 

RIO — “As crianças precisam chegar ao futuro munidas de habilidades que as farão bem-sucedidas no terceiro milênio, e não equipadas para o mundo de ontem em que nós crescemos”. Essa é uma das reflexões que propõe Marc Prensky, que estará no Rio em agosto para participar do evento Educação 360 Tecnologia. A tecnologia, ele diz, deu às crianças uma infinidade de novas capacidades, o que fez com que elas se tornassem muito mais empoderadas do que no passado. Os fins educacionais devem mudar: não se trata mais de buscar boas notas, mas sim de fazer do mundo um lugar melhor. “As crianças já estão fazendo isso: inventam aplicativos para diminuir a violência doméstica, usam impressoras 3D para fazer próteses, entre muitas outras coisas extraordinárias”, diz. Uma educação para as futuras gerações, ele frisa, deveria ser focada em realizações assim, ou seja, na busca por soluções de problemas do mundo real. Para tanto, são necessários novo currículo, nova perspectiva no uso da tecnologia, professores que precisam desempenhar um novo papel. O Educação 360 Tecnologia é uma realização O GLOBO e Extra, com patrocínio do Colégio PH e Fundação Telefônica, apoio da Unesco e Unicef, parceria de mídia da TV Globo, Canal Futura, revista Crescer, revista Galileu e TechTudo e colaboração do Instituto Inspirare e Porvir.Continue a ler »OS FINS EDUCACIONAIS DEVEM MUDAR: NÃO SE TRATA MAIS DE BUSCAR BOAS NOTAS, MAS SIM DE FAZER DO MUNDO UM LUGAR MELHOR

O DESAFIO DE EDUCAR PARA UM FUTURO DIGITAL E MUTÁVEL

O desafio de educar para um futuro digital e mutável

Jornal da Ciência – 8 de julho de 2017

Se a escola já enfrenta, nos dias atuais, dificuldades para formar adolescentes preparados para o mercado de trabalho, formá-los para uma realidade que ainda não existe se mostra ainda mais desafiador — porém, possível

Mais da metade dos alunos de hoje seguirão carreiras ainda inexistentes e difíceis de prever. É o que revela um estudo feito em 2016 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), indicando que 65% das crianças assumirão profissões que começam a se desenhar nos dias atuais.

Mas que carreiras “do futuro” são essas? Segundo os especialistas ouvidos pelo Centro de Referência em Educação Integral, devem persistir as profissões que requerem subjetividade e produção de sentido e deixam de existir aquelas que exigem somente a reprodução de padrões ou observação rápida e precisa de uma massa de dados. Estas últimas devem ser substituídas por tecnologias que desempenham tais funções de forma mais rápida, eficiente e barata.

Nesta perspectiva, mais autonomia, engajamento com as tecnologias digitais, inteligência artificial, cultura maker, compartilhamento de artefatos, processos e serviços também serão características valorizadas neste contexto futuro.

Das crianças será exigido flexibilidade para adaptar-se a mudanças, mas também firmeza para perseguir objetivos em meio a um ambiente em constante transformação. Soma-se a isso proatividade, trabalhar de forma colaborativa, criatividade, resolução rápida de problemas, pensamento crítico e a busca autônoma por conhecimento.Continue a ler »O DESAFIO DE EDUCAR PARA UM FUTURO DIGITAL E MUTÁVEL

AVALIAÇÃO NEGLIGENCIADA NA BNCC

AVALIAÇÃO NEGLIGENCIADA NA BNCC

 

Reunidos no dia 1º de julho de 2017, integrantes do GEPA (Vânia, Enílvia, Susley, Emília, Leda, Bruna e Benigna) analisaram o tratamento dado à avaliação pela BNCC, assim como as ações necessárias para a sua implementação.

Em primeiro lugar, o grupo considerou que o tema avaliação não está presente na Base, o que é questionável porque currículo e avaliação caminham juntos.

Em segundo lugar, o grupo estranhou a menção a procedimentos de avaliação formativa na introdução, no item Base Nacional Comum Curricular e currículos, sem que a concepção de avaliação formativa tivesse sido apresentada. Discorrendo sobre as “decisões que vão adequar as proposições da BNCC à realidade dos sistemas de ensino e das instituições escolares, considerando o contexto e as características dos alunos”, o documento afirma que essas decisões se referem a várias ações, dentre elas: “construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos”. A ausência de explicação sobre o que se entende por avaliação formativa a reduz à mera aplicação de procedimentos e mais, a associa simplesmente a resultados, dando a impressão de ser este seu intento. A avaliação formativa é sempre processual. O que seria avaliação formativa de resultado? Docentes de todo o país irão ler esta afirmação e não entenderão o seu significado. Em nossas discussões destacamos que a Base será um documento norteador do trabalho pedagógico de todas as escolas. Consequentemente, integrará o currículo dos cursos de formação de professores. É o que se espera.Continue a ler »AVALIAÇÃO NEGLIGENCIADA NA BNCC

TURMAS COM MELHOR DESEMPENHO TÊM PROFESSORES MAIS EXPERIENTES, APONTA ESTUDO

G1 – 02/07/2017

Turmas com melhor desempenho têm professores mais experientes, aponta estudo

Estudo relaciona perfil de professores com o desempenho de turmas na Prova Brasil. Dados abrangem escolas de todo o país

Por Clara Campoli, G1

02/07/2017 07h01 Atualizado 03/07/2017 11h44

 

As turmas de 5º ano do ensino fundamental com melhor desempenho na Prova Brasil contam com professores mais velhos, com mais de 10 anos de magistério e que acreditam no potencial de seus alunos: é o que mostra uma análise qualitativa realizada pela empresa de ciência de dados IDados. As informações, compiladas com dados de todo o país, mostram que as melhores notas saem de salas de aula com maioria de meninas e com 88% dos alunos na idade certa.

Leia também: Nas escolas com alunos mais pobres, diretores são mais inexperientes e ganham salários menores

A análise, realizada pela economista Mariana Leite, baseou-se nos dados qualitativos do desempenho em matemática na Prova Brasil de 2015, além de se valer de respostas que os professores deram nos questionários relativos à avaliação. A Prova Brasil é aplicada pelo MEC e é um dos itens que integram o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).Continue a ler »TURMAS COM MELHOR DESEMPENHO TÊM PROFESSORES MAIS EXPERIENTES, APONTA ESTUDO

DEPUTADOS VÃO ACOMPANHAR A CONSOLIDAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Câmara Notícias – 28/06/2017

Deputados vão acompanhar a consolidação da Base Comum Curricular e a reformulação do ensino médio

Uma subcomissão, criada com esse objetivo, reuniu nesta quarta-feira (28) especialistas e organizações da sociedade para colaborar com os trabalhos.

Deputados da Comissão de Educação da Câmara vão acompanhar a consolidação do texto da Base Nacional Comum Curricular e a reformulação do ensino médio no País. Uma subcomissão, criada com esse objetivo, reuniu nesta quarta-feira (28) especialistas e organizações da sociedade para colaborar com os trabalhos.

Relatora da subcomissão, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), afirmou que o grupo deverá cobrar do Ministério da Educação o cumprimento do prazo para conclusão da base curricular do ensino médio.

A pasta já entregou ao Conselho Nacional de Educação a base para a educação infantil, da creche à pré-escola, e para o ensino fundamental, do 1º ao 9º ano. Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, a base referente ao ensino médio será entregue até o final deste ano, já adaptada às diretrizes do Novo Ensino Médio (Lei 13.415/17), aprovado pelo Congresso.Continue a ler »DEPUTADOS VÃO ACOMPANHAR A CONSOLIDAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

BNCC: AFINAL, O QUE OS BRASILEIROS PRECISAM SABER?

BNCC: afinal, o que os brasileiros precisam saber?

Jornal da Ciência – 28/06/2017

 

A disputa em torno do que cada segmento ou movimento social acredita que os brasileiros devam aprender desemboca diretamente neste documento que está em vias de ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação

Está na ordem do dia a questão de definir o que todos os brasileiros precisam saber. Em momento de extrema crise política, em que crescem as forças antidemocráticas e a Constituição é ameaçada de diversas formas, temas como Escola sem Partido, educação de gênero e direitos sociais ganham espaço no debate nacional.

Estas questões remetem diretamente a outra, que é a definição de uma Base Nacional Curricular Comum a todas as redes de ensino do País, a chamada BNCC. A disputa em torno do que cada segmento ou movimento social acredita que os brasileiros devam aprender desemboca diretamente neste documento que está em vias de ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação.Continue a ler »BNCC: AFINAL, O QUE OS BRASILEIROS PRECISAM SABER?

USP QUER PREPARAR PÓS-GRADUANDOS PARA A DOCÊNCIA

USP quer preparar pós-graduandos para a docência

Jornal da Ciência – 28/06/2017

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A iniciativa da USP é positiva por ser uma oportunidade de formação dos professores universitários, praticamente inexistente. Além disso, amplia as possibilidades de formação dos docentes da educação básica, tão necessitada de ter suas práticas repensadas e devidamente fundamentadas.  Os cursos de pós-graduação em Educação constituem o espaço privilegiado para atividades desse tipo. No momento em que o Brasil está prestes a implantar a Base Nacional Comum Curricular as universidades têm o dever de dar sua contribuição.

Passo a transcrever a reportagem do Jornal da Ciência de 28/06/2017.

 

“Falta de discussão e de valorização da carreira docente dificulta a formação de professores universitários

A vocação docente está prevista como fim da pós-graduação desde o seu primeiro plano nacional, publicado em 1965. Mas, desde então, novas possibilidades de carreiras surgiram e tomaram o espaço da prática docente no mestrado e doutorado. É o que observa Carlos Gilberto Carlotti Jr., pró-reitor de Pós-Graduação da USP.

“Por isso, erroneamente questionam se o pós-graduando deve ter habilidades pedagógicas”, diz Carlotti. “Independentemente do seu ramo de atividade, o estudante deve ter uma formação didático-pedagógica, porque assim ele desenvolverá uma série de habilidades de raciocínio, contextualização e de apresentação de ideias.”Continue a ler »USP QUER PREPARAR PÓS-GRADUANDOS PARA A DOCÊNCIA

CIRCULARIDADE DE SABERES EM AVALIAÇÃO

Circularidade de saberes em avaliação

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

 

Tratando da circularidade de saberes dos atores envolvidos nos processos de avaliação institucional, Sordi e Ludke (2009, p. 32) nos oferecem o entendimento sobre o tema circularidade do saber, de modo geral, pontuando que não se trata da transferência de conhecimento de cima para baixo ou do centro para a periferia. As autoras reconhecem a sua potencialidade, pois a ideia de circularidade indica idas e vindas, a circulação entre duas (ou mais) fontes produtoras de saber, cada uma enriquecendo, a seu modo, a construção do conhecimento a seu respeito.

Desta formulação de Sordi e Ludke depreende-se que a circularidade de saberes é feita horizontalmente, isto é, sem a intenção de mera transmissão de conhecimento de quem sabe em direção a quem não sabe, como se houvesse apenas um detentor de saberes. Pelo contrário, democraticamente os envolvidos no processo promovem formas de difusão do que cada um conhece sobre o tema para que, em conjunto, formulem ou reformulem suas ideias e práticas. Também não é o caso de se chegar necessariamente a conclusões. Pode até ser que não se chegue a isso. O que importa é socialização de informações e conhecimentos para que todos deles se apropriem e os usem segundo suas necessidades.Continue a ler »CIRCULARIDADE DE SABERES EM AVALIAÇÃO

O CURSO DE PEDAGOGIA: DISCREPÂNCIA ENTRE A TEORIA ENSINADA NA FACULDADE E O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

O CURSO DE PEDAGOGIA: DISCREPÂNCIA ENTRE A TEORIA ENSINADA NA FACULDADE E O EXERCÍCIO EFETIVO DA PROFISSÃO

Profa. Dra. Sílvia Lúcia Soares

A reportagem “Alunas de pedagogia contam que realidade da profissão pode assustar: na teoria, tudo é fácil”, veiculada pelo G1, no dia 21/06/2017, enumera aspectos nevrálgicos tanto na formação quanto na profissão do pedagogo. Os pontos elencados na reportagem merecem uma análise mais acurada e aprofundada, entre os quais destacamos: a) função do pedagogo, b) desarticulação entre teoria e prática no processo de formação; c) distanciamento do trabalho pedagógico desenvolvido na universidade com os referenciais da Educação Básica; d) desvalorização do professor.

Sabemos que a discussão sobre a função do pedagogo não é recente e muito menos simples. Na verdade, ela advém das indefinições complexas relacionadas à Pedagogia e não apenas ao curso de Pedagogia. São diversas as concepções em relação à identidade da Pedagogia: ora considerada como campo científico; ora como um curso; como tecnologia da educação ou, ainda, ciência aplicada. Tais dúvidas geram indefinições quanto à sua especificidade, sua identidade e também quanto ao campo de atuação do profissional pedagogo.Continue a ler »O CURSO DE PEDAGOGIA: DISCREPÂNCIA ENTRE A TEORIA ENSINADA NA FACULDADE E O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

A nova/velha face da punição escolar

A nova/velha face da punição escolar

Enílvia Rocha Morato Soares – doutoranda em Educação

 

O site do Centro de Referência em Educação Integral publicou, no dia 20/06/2017, entrevista com a professora da Faculdade de Educação da UNICAMP, Áurea Maria Guimarães, autora do livro Vigilância, punição e depredação escolar. Antes de transcrever a publicação do site, assim como a entrevista, teço algumas considerações sobre o tema.

Os comportamentos requeridos socialmente exigem dos indivíduos sujeição a regras e padrões estabelecidos a fim de manter o que se considera uma sociedade ordeira ou organizada. Em outras palavras, manter e reproduzir o atual modelo social requer a adequação de comportamentos a modelos estereotipados a fim de reservar, a cada classe, o lugar que lhe cabe ocupar. Todo esse processo se reveste de democrático se considerada a aparente liberdade que cada pessoa possui de adotar ou não os comportamentos dela esperados. Aparente porque a coação que forja a padronização de condutas se dá, na realidade, por meio de mecanismos que são cruéis, não só pela imposição de uma dada maneira de proceder, mas principalmente pela sutileza dos modos como se apresentam, evitando deixar transparecer suas reais intenções.Continue a ler »A nova/velha face da punição escolar

Sobre a BNCC

Sobre a BNCC

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Cláudia Costin relata o que ouviu de Joanne Weiss, que esteve no Brasil nesta semana. A educadora americana coordenou, no governo Obama, o esforço de elaboração de orientações curriculares da pré-escola ao último ano do ensino médio. Passo a transcrever o artigo de Cláudia Costin, publicado na Folha de São Paulo de 23/06/2017.

O esforço foi apoiado por incentivos para Estados que a ele aderissem e envolveu mais do que apenas redigir o conjunto de competências que se esperava que os alunos alcançassem a cada ano de escolaridade. Incluiu capacitação de professores, modelos de avaliação e materiais de apoio aos docentes.Continue a ler »Sobre a BNCC

PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO É A SÉRIE COM MAIOR ÍNDICE DE REPROVAÇÃO E EVASÃO

Primeiro ano do ensino médio é a série com maior índice de reprovação e evasão

Profa. Dra. Maria Susley Pereira

Em reportagem publicada pelo jornal O Globo[1], em 20/06/2017, o “Primeiro ano do ensino médio é a série com maior índice de reprovação e evasão”. A reportagem apresenta dados divulgados pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, os quais mostram que o 1º ano do ensino médio é o ano escolar com o maior índice de reprovação (15,3%) e de evasão (12,9%) na educação básica entre 2014 e 2015.

A reportagem ainda revela que o 2º lugar em reprovação é o 6º ano do ensino fundamental, com 14,4%, e que o 3º ano, também do ensino fundamental, apresenta um elevado número de reprovações, chegando a 12,2% dos estudantes matriculados.Continue a ler »PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO É A SÉRIE COM MAIOR ÍNDICE DE REPROVAÇÃO E EVASÃO

Cultura avaliativa

Cultura avaliativa

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A aprendizagem da avaliação é um dos saberes essenciais ao desenvolvimento do trabalho docente. Contudo, ela ainda é negligenciada na formação inicial e continuada de professores e dos demais educadores que atuam em escolas de educação básica e superior. Esse fato denota a necessidade de ela merecer lugar de destaque quando se discutem temas como currículo e trabalho pedagógico. Pesquisas têm revelado que o professor é um avaliador por excelência. O processo avaliativo que desenvolve compõe-se de elementos técnicos, políticos, sociais e afetivos. Por esse motivo, cabe refletir sobre as seguintes questões: por que e para que se avalia? Quem avalia e quem é avaliado? Por quais meios? A quem a avaliação beneficia? A quem pode prejudicar? Em que contexto ocorre? Com que cuidados se avalia? O que é feito com os resultados obtidos? A podem ser socializados? Que outras ações deles decorrem? Como eles retornam aos sujeitos avaliados? Além disso, outras considerações são acrescentadas: a necessária articulação da avaliação formal e da informal; o feedback pelo professor e a autoavaliação e o automonitoramento pelos estudantes, como recursos essenciais à avaliação formativa. Como coroamento disso tudo, afirma-se que a avaliação está a serviço das aprendizagens e não da aprovação e da reprovação.Continue a ler »Cultura avaliativa

O PROJETO DA ESCOLA, O CURRÍCULO E A AVALIAÇÃO: DIÁLOGOS NECESSÁRIOS

O PROJETO DA ESCOLA, O CURRÍCULO E A AVALIAÇÃO: DIÁLOGOS NECESSÁRIOS

(Por: Erisevelton S. Lima – Professor da SEEDF, formador da EAPE, Doutor em Educação pela Universidade de Brasília – UnB)

 

Em meio aos inúmeros desafios que movimentam a escola de educação básica, a construção do seu projeto político-pedagógico – PPP – representa, nesse sentido, a oportunidade de a instituição superar obstáculos e potencializar seus acertos. Este breve texto procura auxiliar, de forma prática, como a organização pode encontrar sua metodologia e viabilizar as tratativas que decorrem dessa demanda. O projeto da escola é um documento cujos rumos precisam ser definidos e acordados entre todos que a habitam.

Se existe um início, então deve haver um fim, não é? Nem sempre, o projeto da escola não termina, como também não se encerram as inúmeras questões que a invadem todos os dias. Sendo assim, o primeiro passo é sentarmos, respirarmos e entendermos que somos seres históricos e nossas ideias, como tudo que realizamos, possuem prazos de validade. Vamos contribuir com o agora, vamos deixar nossas marcas e nossos passos, eles são nossas maiores contribuições. A escola precisa lançar mão de algo que chamamos de avaliação do trabalho da escola ou avaliação institucional. O PPP precisa ser avaliado. Se não existe o documento não quer dizer que o projeto não exista, ele se faz representar por meio de todos os hábitos, culturas e formas de agir na instituição durante o ano letivo. Comecemos nos autoavaliando, refletindo sobre nossas práticas e contribuições ao longo desse processo. Em seguida, elejamos algumas categorias do trabalho pedagógico que precisam dessa reflexão. Para tanto, apresento algumas questões que podem contribuir.Continue a ler »O PROJETO DA ESCOLA, O CURRÍCULO E A AVALIAÇÃO: DIÁLOGOS NECESSÁRIOS

A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub

 

Jornal da UNICAMP, 07/06/2017

Para historiador da Unicamp e de Harvard, a Universidade está preparada para as cotas étnico-raciais

Texto

MANUEL ALVES FILHO

Fotos

ANTONIO SCARPINETTI

Edição de imagem

LUIS PAULO SILVA

A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub

Ao aprovar o princípio das cotas étnico-raciais, a Unicamp se alinhou às grandes universidades do mundo, como Harvard, Yale e Columbia, que adotam a diversidade como critério para o ingresso de seus estudantes. O pressuposto dessas instituições é que a diversidade melhora a qualidade. A afirmação é do historiador Sidney Chalhoub, professor titular colaborador do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e docente do Departamento de História da Universidade de Harvard (EUA). Na entrevista que segue, concedida ao Jornal da Unicamp, Chalhoub salienta a importância das ações afirmativas como mecanismo de reparação e promoção de justiça social e contesta argumentos utilizados pelos críticos das cotas, como a necessidade de preservar a meritocracia. “A meritocracia como valor universal, fora das condições sociais e históricas que marcam a sociedade brasileira, é um mito que serve à reprodução eterna das desigualdades sociais e raciais que caracterizam a nossa sociedade. Portanto, a meritocracia é um mito que precisa ser combatido tanto na teoria quanto na prática. Não existe nada que justifique essa meritocracia darwinista, que é a lei da sobrevivência do mais forte e que promove constantemente a exclusão de setores da sociedade brasileira. Isso não pode continuar”, defende.

O historiador Sidney Chalhoub: “As razões históricas, sociais e filosóficas em favor das cotas justificam plenamente a medida. Não há futuro possível com esse perfil de desigualdade se reproduzindo ao longo do tempo. É uma missão de todos superar essa desigualdade”Continue a ler »A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub

REPENSANDO A AUTOAVALIAÇÃO

Repensando a autoavaliação

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

 

Tive a oportunidade de examinar há alguns dias uma prova de uma disciplina do ensino médio que me fez refletir sobre a urgência de as escolas organizarem momentos com seus docentes para estudo e reorganização do processo avaliativo, incluída a discussão sobre procedimentos de avaliação. É uma prova composta de dois itens objetivos, com conteúdos não relacionados, e o terceiro e último que solicita: “Faça uma alta-avaliação sobre o seu desempenho nesse bimestre. Dê uma nota de 0 a 10. Justifique sua resposta”. Note-se que ele faz parte da prova. Sobre este item é que vamos nos debruçar.

Em primeiro lugar, fiquei que me indagando: “alta-avaliação” terá sido erro de digitação? A prova terá sido digitada por outra pessoa e não pelo/a professor/a? Se tiver ocorrido erro de digitação, não caberia ao professor/a revê-la antes da sua aplicação? Se o engano for mesmo a escrita da palavra, a situação é bem séria. Mas, sério mesmo é o fato de se exigir do estudante que faça sua autoavaliação como último item da prova e se atribua uma nota. Este é o segundo aspecto a ser considerado. Para isso, lanço mão do livro Virando a escola do avesso por meio da avaliação, de minha autoria, publicado pela editora Papirus em 2008, no qual dedico quatro capítulos à autoavaliação, tamanha é a sua importância para o desenvolvimento da avaliação formativa. Transcrevo o trecho abaixo:Continue a ler »REPENSANDO A AUTOAVALIAÇÃO

O mundo empresarial se movimenta para “facilitar” a implementação da Base Nacional Comum Curricular

O mundo empresarial se movimenta para “facilitar” a implementação da Base Nacional Comum Curricular

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

 

Antes mesmo de os sistemas de ensino se organizarem para discutir a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o mundo empresarial já constituiu parcerias para atividades lucrativas. A terceira versão da Base foi divulgada em abril de 2017 e deve se tornar obrigatória até o final deste mesmo ano. A fase de implementação tem início após a homologação do documento pelo MEC, o que deve ocorrer no segundo semestre deste ano para a Educação Infantil e Ensino Fundamental. Para o Ensino Médio será em 2018. A implementação envolve várias ações pelos estados e municípios, com apoio do Mec.

No dia 17 de maio deste ano, a Fundação Lemann e a Omidyar inauguraram parceria para fomentar “o trabalho de empreendedores – especialmente brasileiros – comprometidos com educação e dispostos a desenvolver soluções tecnológicas que facilitem a implementação da Base Nacional Comum Curricular” (www.fundacaolemann.org.br/omidyar-network/?). A expressão “especialmente brasileiros” indica que haverá outros, de outras nacionalidades.

A divulgação da notícia pelas duas empresas declara que, “para a Base ser efetiva e ajudar com avanços reais na aprendizagem, sua implementação demanda muito trabalho de professores, gestores, secretarias de educação, municípios e estados”. Por esse motivo, o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, profetiza que os educadores, gestores escolares, pais e responsáveis enfrentarão desafios para trazê-la para dentro da escola e que o investimento que sua empresa pretende fazer em tecnologias poderá ajudá-los a garantir o acesso a uma educação de qualidade para todos. Será que essa qualidade tão almejada precisa ser gestada fora da escola e por empresários? O que ele quer dizer com “trazer a Base para dentro da escola?” É tarefa deles? Qual o lugar dos educadores profissionais nesse processo? Subestima-se o papel desses educadores nesse processo.Continue a ler »O mundo empresarial se movimenta para “facilitar” a implementação da Base Nacional Comum Curricular

SAEB 2017

O Jornal da Ciência, de 26 de maio de 2017, informa que a Portaria que estabelece as diretrizes para o planejamento e operacionalização do Sistema Avaliação Educação Básica (Saeb) 2017 foi publicada dia 25 de maio, 25, no Diário Oficial da União

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 25 de maio, a Portaria que estabelece as diretrizes para o planejamento e operacionalização do Sistema Avaliação Educação Básica (Saeb) 2017. Entre as principais novidades estão a ampliação do conjunto de alunos, turmas e escolas avaliadas e a possibilidade de adesão de escolas privadas.

O Saeb, por meio da coleta de dados nos sistemas de ensino e escolas brasileiras, avalia a qualidade da educação nacional, oferecendo subsídios para a formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais. Nesta edição, a população-alvo (conjunto de alunos, turmas e escolas que se pretende avaliar) é ampliada, passando a ser composta por:Continue a ler »SAEB 2017