Pular para o conteúdo

Villas Boas

A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub

 

Jornal da UNICAMP, 07/06/2017

Para historiador da Unicamp e de Harvard, a Universidade está preparada para as cotas étnico-raciais

Texto

MANUEL ALVES FILHO

Fotos

ANTONIO SCARPINETTI

Edição de imagem

LUIS PAULO SILVA

A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub

Ao aprovar o princípio das cotas étnico-raciais, a Unicamp se alinhou às grandes universidades do mundo, como Harvard, Yale e Columbia, que adotam a diversidade como critério para o ingresso de seus estudantes. O pressuposto dessas instituições é que a diversidade melhora a qualidade. A afirmação é do historiador Sidney Chalhoub, professor titular colaborador do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e docente do Departamento de História da Universidade de Harvard (EUA). Na entrevista que segue, concedida ao Jornal da Unicamp, Chalhoub salienta a importância das ações afirmativas como mecanismo de reparação e promoção de justiça social e contesta argumentos utilizados pelos críticos das cotas, como a necessidade de preservar a meritocracia. “A meritocracia como valor universal, fora das condições sociais e históricas que marcam a sociedade brasileira, é um mito que serve à reprodução eterna das desigualdades sociais e raciais que caracterizam a nossa sociedade. Portanto, a meritocracia é um mito que precisa ser combatido tanto na teoria quanto na prática. Não existe nada que justifique essa meritocracia darwinista, que é a lei da sobrevivência do mais forte e que promove constantemente a exclusão de setores da sociedade brasileira. Isso não pode continuar”, defende.

O historiador Sidney Chalhoub: “As razões históricas, sociais e filosóficas em favor das cotas justificam plenamente a medida. Não há futuro possível com esse perfil de desigualdade se reproduzindo ao longo do tempo. É uma missão de todos superar essa desigualdade”Continue a ler »A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub

REPENSANDO A AUTOAVALIAÇÃO

Repensando a autoavaliação

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

 

Tive a oportunidade de examinar há alguns dias uma prova de uma disciplina do ensino médio que me fez refletir sobre a urgência de as escolas organizarem momentos com seus docentes para estudo e reorganização do processo avaliativo, incluída a discussão sobre procedimentos de avaliação. É uma prova composta de dois itens objetivos, com conteúdos não relacionados, e o terceiro e último que solicita: “Faça uma alta-avaliação sobre o seu desempenho nesse bimestre. Dê uma nota de 0 a 10. Justifique sua resposta”. Note-se que ele faz parte da prova. Sobre este item é que vamos nos debruçar.

Em primeiro lugar, fiquei que me indagando: “alta-avaliação” terá sido erro de digitação? A prova terá sido digitada por outra pessoa e não pelo/a professor/a? Se tiver ocorrido erro de digitação, não caberia ao professor/a revê-la antes da sua aplicação? Se o engano for mesmo a escrita da palavra, a situação é bem séria. Mas, sério mesmo é o fato de se exigir do estudante que faça sua autoavaliação como último item da prova e se atribua uma nota. Este é o segundo aspecto a ser considerado. Para isso, lanço mão do livro Virando a escola do avesso por meio da avaliação, de minha autoria, publicado pela editora Papirus em 2008, no qual dedico quatro capítulos à autoavaliação, tamanha é a sua importância para o desenvolvimento da avaliação formativa. Transcrevo o trecho abaixo:Continue a ler »REPENSANDO A AUTOAVALIAÇÃO

O mundo empresarial se movimenta para “facilitar” a implementação da Base Nacional Comum Curricular

O mundo empresarial se movimenta para “facilitar” a implementação da Base Nacional Comum Curricular

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

 

Antes mesmo de os sistemas de ensino se organizarem para discutir a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o mundo empresarial já constituiu parcerias para atividades lucrativas. A terceira versão da Base foi divulgada em abril de 2017 e deve se tornar obrigatória até o final deste mesmo ano. A fase de implementação tem início após a homologação do documento pelo MEC, o que deve ocorrer no segundo semestre deste ano para a Educação Infantil e Ensino Fundamental. Para o Ensino Médio será em 2018. A implementação envolve várias ações pelos estados e municípios, com apoio do Mec.

No dia 17 de maio deste ano, a Fundação Lemann e a Omidyar inauguraram parceria para fomentar “o trabalho de empreendedores – especialmente brasileiros – comprometidos com educação e dispostos a desenvolver soluções tecnológicas que facilitem a implementação da Base Nacional Comum Curricular” (www.fundacaolemann.org.br/omidyar-network/?). A expressão “especialmente brasileiros” indica que haverá outros, de outras nacionalidades.

A divulgação da notícia pelas duas empresas declara que, “para a Base ser efetiva e ajudar com avanços reais na aprendizagem, sua implementação demanda muito trabalho de professores, gestores, secretarias de educação, municípios e estados”. Por esse motivo, o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, profetiza que os educadores, gestores escolares, pais e responsáveis enfrentarão desafios para trazê-la para dentro da escola e que o investimento que sua empresa pretende fazer em tecnologias poderá ajudá-los a garantir o acesso a uma educação de qualidade para todos. Será que essa qualidade tão almejada precisa ser gestada fora da escola e por empresários? O que ele quer dizer com “trazer a Base para dentro da escola?” É tarefa deles? Qual o lugar dos educadores profissionais nesse processo? Subestima-se o papel desses educadores nesse processo.Continue a ler »O mundo empresarial se movimenta para “facilitar” a implementação da Base Nacional Comum Curricular

SAEB 2017

O Jornal da Ciência, de 26 de maio de 2017, informa que a Portaria que estabelece as diretrizes para o planejamento e operacionalização do Sistema Avaliação Educação Básica (Saeb) 2017 foi publicada dia 25 de maio, 25, no Diário Oficial da União

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 25 de maio, a Portaria que estabelece as diretrizes para o planejamento e operacionalização do Sistema Avaliação Educação Básica (Saeb) 2017. Entre as principais novidades estão a ampliação do conjunto de alunos, turmas e escolas avaliadas e a possibilidade de adesão de escolas privadas.

O Saeb, por meio da coleta de dados nos sistemas de ensino e escolas brasileiras, avalia a qualidade da educação nacional, oferecendo subsídios para a formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais. Nesta edição, a população-alvo (conjunto de alunos, turmas e escolas que se pretende avaliar) é ampliada, passando a ser composta por:Continue a ler »SAEB 2017

SEMANA DE PROVAS: ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO OU ARRANJO ADMINISTRATIVO PARA A ESCOLA?

SEMANA DE PROVAS: ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO OU ARRANJO ADMINISTRATIVO PARA A ESCOLA?

(Por: Erisevelton Silva Lima – Professor da SEEDF, Doutor em Educação pela Universidade de Brasília – UnB)

 

A forma como a escola se organiza revela como prioriza seus temas e preocupações no cotidiano da unidade de ensino. Além das tradicionais divisões em bimestres, trimestres ou semestres, outras atividades, outros tempos e seus executores demonstram as intencionalidades e as finalidades a que se destina essa organização. Thurler (2001) denomina-os de ritos laicos do núcleo duro da instituição e, quase sempre, fazem parte da cultura da escola sobre os quais a mudança nem sempre é bem-vinda. Nessa linha de raciocínio, a avaliação e todos os processos e procedimentos que a envolvem materializam essas práticas “naturalizadas” e de difícil interferência e/ou modificações. Partindo desse pressuposto, a questão que orienta este texto procura saber: a semana de provas, utilizada por ampla maioria das escolas, está a serviço das aprendizagens dos estudantes ou da praticidade gerencial das organizações quanto ao fechamento dos seus resultados e términos de períodos?Continue a ler »SEMANA DE PROVAS: ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO OU ARRANJO ADMINISTRATIVO PARA A ESCOLA?

INDICADORES E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

INDICADORES E CRITÉRIOS NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

Por: Erisevelton S Lima – Doutor em Educação pela UnB, membro do GEPA e Formador da EAPE na SEDF

O debate sobre a avaliação com profissionais da educação e de outras áreas parece recair, quase sempre, na angústia do “como” avaliar sobrepondo-se ao “por que e ao para que” avaliar. Não é possível fugirmos desse entrave ou insistirmos, sem êxito, nessa questão. Na lógica de procurar alguma resposta aos tais anseios, apresento algumas ideias e reflexões que sugerem orientar, de alguma forma, elementos práticos reivindicados nessas discussões, qual seja: como trabalhar com indicadores e critérios para a avaliação na perspectiva formativa? Não obstante, lembro que a avaliação continua sendo um campo complexo e repleto de contradições (Freitas et al, 2009). Não bastam, apenas, técnicas e tentativas de padronização para, de fato, realizar procedimentos éticos e formativos da avaliação. O tema é polêmico e controverso, mas precisa ser enfrentado.Continue a ler »INDICADORES E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

A HORA E A VEZ DE PROJETOS INTERVENTIVOS

A hora e a vez de projetos interventivos

Profa. Dra. Maria Susley Pereira[1]

O processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular – BNCC pelo Ministério da Educação sugere, em linhas gerais, uma preocupação com ações que visam fortalecer a educação no Brasil, sendo este aspecto fundamental para o avanço de qualquer nação.

Sem adentrarmos os pontos que vêm produzindo diferentes posicionamentos críticos acerca de sua proposição, a BNCC enseja ser vista como um documento de referência que favoreça nortear os currículos, definindo os objetivos de aprendizagens e a contextualização dos conhecimentos a serem trabalhados pelas escolas, a partir de seus projetos político-pedagógicos, em cada rede de ensino, tendo em vista a promoção da equidade e um ensino de qualidade para todas as escolas de educação básica do país.

Nesta linha, o próprio documento aponta que a BNCC “supõe a igualdade de oportunidades para ingressar, permanecer e aprender na escola, por meio do estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento a que todos têm direito” (BRASIL, 2017, 11).Continue a ler »A HORA E A VEZ DE PROJETOS INTERVENTIVOS

ANSIEDADE ATRELADA À ESCOLA É OBSTÁCULO PARA ALUNOS BRASILEIROS

Ansiedade atrelada à escola é obstáculo para alunos brasileiros

Jornal da Ciência, 20 de abril de 2017

Os dados referentes ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2015, divulgados nesta semana, trazem como foco o bem-estar dos estudantes, isto é, se eles se sentem felizes na escola e se possuem relações positivas com seus pares

Existe uma relação direta entre a performance acadêmica dos alunos, a qualidade de seus relacionamentos e a satisfação com suas vidas? Tentando responder essa pergunta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou novos dados referentes ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), de 2015, avaliação conhecida internacionalmente por aferir a qualidade e equidade dos sistemas escolares a partir da proficiência dos alunos em ciência, leitura e matemática.

Desta vez, no entanto, os resultados apresentados trazem como foco o bem-estar dos estudantes, isto é, se eles se sentem felizes na escola e possuem relações positivas com seus pares. Batizado de Students’ Well-Being: PISA Results 2015, o relatório compilou respostas de cerca de 540 mil jovens de 15 anos de idade de 72 países.Continue a ler »ANSIEDADE ATRELADA À ESCOLA É OBSTÁCULO PARA ALUNOS BRASILEIROS

Notório saber: afinal, quem é o profissional da educação?

NOTÓRIO SABER: afinal, quem é o profissional da educação?

Dra. Sílvia Lúcia Soares

 

António Nóvoa, reitor honorário da Universidade de Lisboa e candidato às últimas eleições presidenciais de Portugal, ao analisar a Reforma Curricular do Ensino Médio no Brasil e a adoção do notório saber com critério para a escolha de docentes, deixa claro que esse modelo foi copiado do programa Teachers For America, do George Bush, e afirma ter sido ele um desastre.

A entrevista desse estudioso à Carta educação, no dia 28 de março de 2017, aguçou em mim a vontade e a necessidade de reforçar a reflexão a respeito da função do professor, posta nesse momento, em contexto tão adverso e na contramão das lutas históricas dos professores pela valorização dos profissionais da educação no Brasil.

Partimos da premissa de que toda profissão carece de saberes específicos para adquirir o reconhecimento de estatuto profissional. Para tanto, recorrendo a Guathier (1998, p. 20), que afirma que: “uma das condições essenciais a toda profissão é a formalização dos saberes necessários à execução das tarefas que lhe são próprias”, indagamos: quem é o profissional do ensino? O que diferencia o educador do sujeito com “notório saber”?Continue a ler »Notório saber: afinal, quem é o profissional da educação?

“SE FOSSE BRASILEIRO, ESTARIA INDIGNADO COM A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO”

“SE FOSSE BRASILEIRO, ESTARIA INDIGNADO COM A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO”

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Em entrevista à Carta Educação, em 28/03/2017, Antônio Nóvoa, reitor honorário da Universidade de Lisboa, afirma que “nós temos um discurso muito gongórico, excessivo sobre a importância da educação, quando as condições básicas não estão sequer asseguradas. Portanto, a primeira coisa que a sociedade brasileira precisa fazer coletivamente, independentemente de partidos políticos, é garantir essas condições básicas de funcionamento para as escolas, que incluem as condições para o exercício do trabalho dos professores. Se não fizer isso, todo o resto é conversa, coisas para ilustrar a mídia, mas que não têm o menor impacto. Não conseguimos mudar a educação se isso não for um desígnio coletivo da sociedade. Não pode ser um problema dos professores ou dos pedagogos ou do partido A ou partido B. No Brasil, vejo que há muita conversa, muito discurso, mas pouco compromisso concreto com a educação pública brasileira. Há pouca indignação e, se eu fosse brasileiro, estaria indignado com a situação da educação pública”.Continue a ler »“SE FOSSE BRASILEIRO, ESTARIA INDIGNADO COM A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO”

PLANOS DE AULA GRATUITOS

PLANOS DE AULA GRATUITOS

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Com apoio da Fundação Lemann e Google, Nova Escola publicará milhares de planos de aula gratuitos e alinhados à Base Nacional Comum. Segundo notícia veiculada pela Nova Escola em seu site, o projeto foi anunciado dia 22 de março e vai oferecer recursos pedagógicos de alta qualidade para ajudar os professores a garantir o aprendizado dos seus alunos. Pretende-se que até 2019 qualquer professor ou professora da educação infantil e de todo o ensino fundamental tenha acesso a 6 mil planos de aula.Continue a ler »PLANOS DE AULA GRATUITOS

PESQUISAS EM DESENVOLVIMENTO PELO GEPA 2017/2018

PESQUISAS EM DESENVOLVIMENTO PELO GEPA 2017/2018

 

1 Título – A criatividade no trabalho pedagógico do professor do ensino superior e a avaliação para as aprendizagens: desafios da formação universitária

Pesquisadoras: Professora Dra. Elisângela T. Gomes Dias – Secretaria de Educação do DF e Diretora da Faculdade LS; Professora Dra. Tatiana Arruda – professora da Faculdade LS

Objetivo geral: compreender o processo avaliativo na educação superior com foco na expressão criativa.

2 Título – A evasão/retenção escolar no Curso de Licenciatura em Letras/Espanhol do Instituto Federal de Brasília, segundo a percepção de estudantes

Pesquisadora: Professora Dra. Simone Gontijo – Instituto Federal de Brasília

Objetivo:

Identificar estudantes evadidos, excluídos e que solicitarem mobilidade, em relação ao curso de licenciatura em Letras/Espanhol nos anos-base de 2013, 2014, 2015 e 2016.Continue a ler »PESQUISAS EM DESENVOLVIMENTO PELO GEPA 2017/2018

O LUGAR DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO FORMATIVO DO PROFESSOR TEM SIDO NEGLIGENCIADO

O LUGAR DA AVALIÇÃO NO PROCESSO FORMATIVO DO PROFESSOR TEM SIDO NEGLIGENCIADO

Profa. Dra. Sílvia Lúcia Soares

 

E notória a evidência que a avaliação vem adquirindo nos diversos âmbitos do Estado, bem como a ampliação de sua intervenção para além dos limites da sala de aula. Tal fato é evidenciado na centralidade da avaliação nas políticas públicas, na evidente ampliação das funções atribuídas a ela no contexto atual e, sobretudo, em seu uso como mecanismo de promoção e manutenção e legitimação da exclusão social.

No entanto, ao mesmo tempo em que a avaliação expande seus modelos e objetivos, assumindo outros significados, inclusive no âmbito educacional, nos cursos de formação de professores, o estudo sobre essa categoria continua quase ausente ou abordado de maneira superficial. Tal fato é paradoxal, uma vez que esses cursos formarão futuros avaliadores.

Em decorrência, evidencia-se que os docentes, quando no desempenho de suas funções, apresentam despreparo para lidar com a avaliação em suas dimensões: política, sociológica e pedagógica. Parece oportuno afirmarmos que, no cenário da formação de professores¸ o acesso aos conhecimentos sobre a avaliação continua efetivando-se de forma fragmentada, dispersa e superficial.Continue a ler »O LUGAR DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO FORMATIVO DO PROFESSOR TEM SIDO NEGLIGENCIADO

ESFORÇO EM VÃO: PISA MOSTRA QUE DEVER DE CASA NEM SEMPRE AJUDA O ESTUDANTE A MELHORAR SEU DESEMPENHO. É PRECISO ORIENTAR OS ALUNOS QUE MAIS PRECISAM DE AJUDA

Esforço em vão: Pisa mostra que dever de casa nem sempre ajuda o estudante a melhorar seu desempenho. É preciso orientar os alunos que mais precisam de ajuda.

por Antônio Gois

30/12/2016 16:38

Jovens que passam mais tempo estudando depois da escola ou fazendo dever de casa apresentam resultados piores no Pisa. Essa conclusão vai contra o senso comum, mas consta do relatório do exame, cujos resultados de 2015 foram divulgados há três semanas pela OCDE (entidade que organiza o teste, aplicado a jovens de 15 anos em 72 países e territórios). Mas antes de iniciarmos uma campanha contra as tarefas de casa, é preciso entender melhor o que explica esse resultado.

Um primeiro cuidado na análise é que, como alerta a OCDE no relatório do Pisa, o menor desempenho acadêmico dos jovens que passam mais tempo estudando fora da escola não necessariamente significa que esta ação seja a causa do mau desempenho. Pode ser simplesmente que alunos que estão tendo mais dificuldades na escola estejam tentando compensar a defasagem que têm em relação aos colegas dedicando mais tempo ao estudo. Ou seja, por apresentarem mais dificuldade, acabam estudando mais do que os outros.Continue a ler »ESFORÇO EM VÃO: PISA MOSTRA QUE DEVER DE CASA NEM SEMPRE AJUDA O ESTUDANTE A MELHORAR SEU DESEMPENHO. É PRECISO ORIENTAR OS ALUNOS QUE MAIS PRECISAM DE AJUDA

ENTREVISTA COM ANTÔNIO NÓVOA

Revista Educação

O lugar da licenciatura

8 de novembro de 2016

O lugar da licenciatura

Ensino Superior

Pesquisador de educação, professor e reitor honorário da Universidade de Lisboa, António Nóvoa propõe que IES criem “casa de formação docente” e se preocupem com a identidade profissional dos futuros professores

Professor catedrático do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, em Portugal, reitor honorário da mesma instituição e autor de mais de 150 publicações sobre ensino e docência editadas em 12 países, António Nóvoa avalia que “historicamente, a universidade manifestou grande indiferença à educação básica” e, consequentemente, à formação de professores nas licenciaturas. Mas, segundo o pesquisador, ainda há formas de o setor se reconciliar com os professores, que são, em verdade, os instrutores básicos de todos os futuros universitários.Continue a ler »ENTREVISTA COM ANTÔNIO NÓVOA

CURSOS DE REFORÇO ESCOLAR

CURSOS DE REFORÇO ESCOLAR

Benigna Villas Boas

07/11/2016

O telejornal Bom Dia Brasil do dia 7 de novembro apresentou reportagem sobre o crescimento dos “cursos de reforço”. Não são mais somente aulas de reforço, como sempre conhecemos, mas verdadeiros cursos, alguns com duração de 4 meses, “para as notas melhorarem”. Uma criança disse que está frequentando esse tipo de curso porque não quer “reprovar”. O curso precisaria ensiná-la a usar corretamente a regência deste verbo. Um menino afirmou: “desde que entrei no curso minhas notas melhoraram”.Continue a ler »CURSOS DE REFORÇO ESCOLAR

TRUQUE SUJO NO ENEM

 

Folha de São Paulo, 06/11/2016

RICARDO SEMLER

Truque sujo no Enem

Há pais cegos, mas por quererem. Passei horas estudando o ranking do Enem. Descobri o que não está na superfície: para uma escola ir bem, basta participar de uma farsa.

A número 1 no ranking, uma pequena filial do Objetivo, com sufixo qualquer, participou com 41 alunos! Ora, se pegarmos a escola real deles, que fica no mesmo famoso endereço da av. Paulista, com 280 alunos participantes, a classificação cai para o 547º lugar.Continue a ler »TRUQUE SUJO NO ENEM