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Villas Boas

54% DOS JOVENS CONCLUEM O ENSINO MÉDIO ANTES DOS 19 ANOS

Educação

 

 

08 de dezembro de 2014 • 07h40

Em 2013, 54,3% concluem ensino médio até os 19 anos

Apesar do índice baixo, ele vem apresentando melhora ao longo dos anos

 

Levantamento divulgado hoje (8) pelo movimento Todos pela Educação mostra que, em 2013, apenas 54,3% dos jovens brasileiros conseguiram concluir o ensino médio até os 19 anos. O indicador foi calculado com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013. O índice, no entanto, vem apresentando melhora ao longo dos anos. Em 2007, 46,6% dos jovens concluíram o ensino médio até os 19 anos. Em 2009, foram 51,6% e, em 2012, 53%.

Uma das metas propostas pelo Todos pela Educação para que se garanta educação de qualidade é que até 2022 pelo menos 90% dos jovens concluam o ensino médio até os 19 anos.

A coordenadora-geral do movimento, Alejandra Meraz Velasco, diz que os dados mostram que as melhorias feitas no ensino fundamental não se traduziram em melhoria automática no ensino médio. Ela defende a reformulação do ensino médio, de forma a tornar essa etapa mais atrativa aos jovens.Continue a ler »54% DOS JOVENS CONCLUEM O ENSINO MÉDIO ANTES DOS 19 ANOS

A AVALIAÇÃO E O USO DA AVALIAÇÃO

A avaliação e o uso da avaliação

Uma das discussões que ocorrem na área da avaliação de larga escala diz respeito ao desenho desta avaliação. Há países bem sucedidos no PISA que adotam avaliação em larga escala amostral e há outros que adotam avaliação de larga escala censitária (todas as escolas e alunos são avaliados).

Em geral adotam avaliação censitária países comprometidos com a teoria da responsabilização, ou seja, que querem identificar o aluno, o professor e a escola para poder estabelecer algum tipo de responsabilização (leia-se algum tipo de contingência) que leve, em sua visão, estes atores a melhorarem. Sua filosofia educacional baseia-se no entendimento de que a escola vai mal porque os professores e gestores não realizam seu trabalho adequadamente. Daí o controle.

Este é o problema: a teoria que informa a avaliação em larga escala. E não a existência da avaliação em larga escala, a qual se for feita de forma amostral cumpre sua função de orientar política pública tanto quanto a censitária.

Para quem quer uma alternativa, mesmo usando larga escala, aí há uma: avaliação de larga escala amostral. Neste tipo de avaliação o real objetivo dela fica preservado, ou seja, apoiar a política pública. Impedem-se no entanto pressões sobre a escola, o que não deve fazer parte do objetivo em si de uma avaliação, pois diz respeito aos usos dos resultados da avaliação.

Para nós, que não somos contra avaliação, esta é uma alternativa plausível. Receio no entanto que os reformadores empresariais não vão concordar com a proposta. O fato é que escondem seu objetivo de responsabilização e controle no discurso da avaliação.

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ENEM EM DEBATE

ENEM em debate

Toda vez que os reformadores falam em melhorar uma de suas ideias é preocupante. Não raramente, o que para eles é uma melhoria, para nós é um aprofundamento de decisões sem respaldo nas tendências das pesquisas. Isso advém do fato de que os reformadores têm duas crenças: uma na avaliação, em si, não importa do que; e outra no progresso da tecnologia. Assim, qualquer erro de concepção, dificuldade de implementação, efeito colateral etc. é tratado como uma questão de melhorar a técnica usada. A velha crença acrítica no progresso da ciência que confunde objetividade com neutralidade.

Na verdade, há outras crenças, mas abordar todas seria muito longo, como por exemplo, a crença de que todos os problemas apresentados na prática pelas suas teorias se devem a que estas não foram bem aplicadas ainda. Também tem aquela de que se você é contra uma de suas ideias tem que apontar alternativa, mas a “alternativa” tem que levar aos mesmos objetivos, ou seja, tem que ser uma maneira diferente de fazer o mesmo proposto por eles.

Quando os Estados Unidos naufragou com o No Child Left Behind, o presidente Bush, pai do programa, deu uma entrevista dizendo que ele havia sido aplicado pela metade e que havia faltado mais testes e mais responsabilização. Quando a Argentina naufragou com o neoliberalismo, os defensores disseram que ela não havia feito a lição de casa direito. E por aí vai. Um reformador é antes de tudo guiado pela fé.

Agora os jornais Folha de SP e Estadão, arautos dos reformadores empresariais, começaram a criticar o ENEM – e até estão fazendo uso de uma análise do próprio INEP.

Antes da “versão vestibular” do ENEM, ele destinava-se somente a avaliar o ensino médio. Com o atrelamento do ENEM ao ingresso dos estudantes nas Universidades, o exame começou a ter que servir a dois senhores: como avaliação do ensino médio e como vestibular para a Universidade. Foi criticado por isso, mas não adiantou. Agora, os arautos dos reformadores aceitaram parcialmente a crítica e a estão repercutindo com atraso de anos em suas mídias. Por que será?

Falam até em estreitamento curricular. É um fenômeno bem descrito na pesquisa educacional o efeito do “estreitamento curricular” gerado pelos exames. Já tratei disso aqui e há até uma seção neste blog que reúne a literatura disponível sobre isso. A Folha de SP menciona este efeito.

“No plano da política pública, a prova funcionaria como ferramenta de avaliação do ensino médio. Como tal currículo inexiste, todavia, deu-se uma inversão de papéis. O exame ocupou este vácuo, transformando-se na prática, em um guia usado pelas escolas para selecionar o que será ensinado aos alunos.”

Parece que estaríamos todos de acordo com a análise, não é verdade? Engano.

Primeiro, quando os reformadores acham um problema com suas políticas de avaliação e responsabilização, eles não pensam em caminhar na direção frequentemente recomendada pela pesquisa educacional. Não. Eles apenas recuam ao nível do diagnóstico para alargar a base de apoio para em seguida, aprofundar a mesma solução agora com algumas correções. Uma espécie de “versão 2.0” do mesmo.

Segundo, o ENEM com ou sem dupla finalidade não é um bom instrumento nem para avaliar o ensino médio e nem para selecionar para a Universidade. Ele está marcado, entre outras coisas, pela necessidade de responsabilizar e não de avaliar. Toda a teoria da avaliação é contra decisões que afetam a vida das pessoas baseadas em uma única medida – ainda mais uma prova de múltipla escolha. Só isso seria suficiente para o governo e o INEP ficarem vermelhos ao pôr em prática esta sistemática.

Terceiro, como já disse por aqui, o ENEM é um atentado ao consumidor, digno de se acionar o Procon, se pudéssemos. Não são divulgados dados que mostrem a “saúde da produção do instrumento”. E no entanto estamos excluindo jovens das Universidades por centésimos nas notas classificatórias para ingresso na Universidade. Mais vergonha. O ENEM é uma verdadeira bomba relógio.

Quarto, o ENEM tem um tom de exame voluntário que incomoda os reformadores. Para eles deveria ser obrigatório e considerado como condição para concluir o ensino médio e receber o diploma. Até Haddad andou acreditando nisso quando passou pelo Ministério.

Quinto, qualquer que seja o exame, com ou sem currículo estabelecido, produzirá o efeito do estreitamento curricular. Mas não é isso que incomoda os reformadores. O que está de fato incomodando é que eles querem rever o currículo do ensino médio porque querem alinhar o ensino médio com a necessidade empresarial de aumentar a produtividade do trabalhador brasileiro. E agora, lembraram-se desta crítica para ampliar a base de descontentamento e justificar a proposta de Currículo Nacional Comum que está em discussão no país.

Ora, mesmo que se redefina o atual currículo, um exame como o ENEM não vai dar conta de incluir todo o conteúdo que é ensinado no ensino médio. Continuará a fazer escolhas sobre o que avaliar e continuará a produzir estreitamento curricular nas escolas. Mas, note, se o “currículo for bom” – ou seja, contiver o aval dos reformadores – então acreditam que o estreitamento curricular pode ser positivo.

Sexto, note-se a sutileza da crítica feita pela mídia. Nenhuma palavra é dita contra o INEP e até sua nota técnica sobre certificação  passa, agora, a ser sábia. Isso se deve a que o atual presidente do INEP está próximo do pensamento dos reformadores e portanto é uma pessoa crível para a mídia. Fala-se até em autonomia do órgão frente ao MEC, curiosamente alardeada também pelo Estadão durante as eleições.  A crítica, então, vai sendo dirigida “ao governo” e não ao INEP. Bem feito – quem sabe o governo aprende.

Ou seja, a crítica da mídia ao ENEM pode sugerir unanimidade, mas não é bem assim.

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SOBRE A CARTA DA ANPED EM REPÚDIO À AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DAS HABILIDADES NÃO COGNITIVAS DE CRIANÇAS E JOVENS

Sobre a Carta da ANPED em repúdio à avaliação em larga escala das habilidades não cognitivas de crianças e jovens no Brasil

Maria Susley Pereira

 

Ao ler a Carta da ANPEd, fiquei me perguntando: o que “de fato” nosso sistema educacional espera alcançar com a implementação de mais um exame padronizado e, especialmente, esse tipo de prova? Fiquei me questionando também: em que medida nosso sistema de ensino tem se esforçado para que a escola tenha condições de cumprir sua função?

Afinal, o que se espera é que a escola, sabedora de sua função social e de seu papel na formação dos alunos, não se limite aos conteúdos curriculares, bem como tenha consciência de que a aprendizagem desses conteúdos não se faz de forma isolada e é intimamente relacionada ao desenvolvimento das chamadas “habilidades não cognitivas”. Saber conviver, ser cooperativo, crítico, consciente, curioso, saber lidar com as emoções etc. são elementos naturalmente esperados do trabalho da escola.Continue a ler »SOBRE A CARTA DA ANPED EM REPÚDIO À AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DAS HABILIDADES NÃO COGNITIVAS DE CRIANÇAS E JOVENS

AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DE HABILIDADES NÃO COGNITIVAS DE CRIANÇAS E JOVENS

CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA E AOS REPRESENTANTES DE

SECRETARIAS E ÓRGÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO

EM LARGA ESCALA DE HABILIDADES NÃO COGNITIVAS DE CRIANÇAS E

JOVENS

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) vem

manifestar seu repúdio à adoção e a institucionalização de uma avaliação em larga

escala de habilidades não cognitivas de crianças e jovens, no âmbito de iniciativas de

avaliação em larga escala em curso no Brasil.

Trata-se de rejeitar a adoção, como política pública, do programa de medição de

competências socioemocionais, denominado SENNA (Social and Emotional or Noncognitive

Nationwide Assessment), produto de iniciativa do Instituto Ayrton Senna em

parceria com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Econômico).Continue a ler »AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DE HABILIDADES NÃO COGNITIVAS DE CRIANÇAS E JOVENS

CICLOS E PROGRESSÃO CONTINUADA: DUAS PROPOSTAS DIFERENTES?

CICLOS E PROGRESSÃO CONTINUADA: DUAS PROPOSTAS DIFERENTES?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliaçãoeducacional.com.br, em 26/10/2014

Uma reportagem da revista Nova Escola de outubro de 2014 apresenta título interessante e provocativo: Para ensinar, não é necessário reprovar, reprovar e reprovar. O texto aborda a adoção dos ciclos nas diferentes unidades da federação e justifica sua necessidade, mas, como sempre acontece, deixa dúvidas quanto ao que chama de diferença entre ciclos e progressão continuada. Diz a reportagem: “É comum entender a progressão continuada como sinônimo dos ciclos de aprendizagem, já que as duas propostas costumam ser implantadas em conjunto pelas secretarias de educação. E é aí que reside o problema. Em alguns casos, o que recebe o nome de ciclos de aprendizagem nada mais é do que a reunião de algumas séries em grupos distintos, com aprovação automática entre elas. É importante, então, diferenciar as duas propostas: a progressão continuada sugere um processo educativo contínuo e se contrapõe às reprovações, enquanto os ciclos dizem respeito à maneira de organizar o ensino, contrapondo-se ao tradicional sistema seriado. Para que os ciclos funcionem, é preciso haver uma reestruturação completa do currículo escolar, fazendo com que os processos educativos atendam às demandas de aprendizagem dos alunos em cada etapa maior”.Continue a ler »CICLOS E PROGRESSÃO CONTINUADA: DUAS PROPOSTAS DIFERENTES?

AVALIAÇÃO EM DEBATE II

Avaliação em debate II

Evento realizado pelo GEPA no dia 26/09/2014

Avaliação: um dos saberes indispensáveis ao desenvolvimento profissional docente

 

No dia 26 de setembro de 2014, na sala Papirus da FE/UnB, de 8h30 às 10h30, o Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA – promoveu o Avaliação em debate II, sobre o tema “Avaliação: um dos saberes indispensáveis ao desenvolvimento profissional docente”. Estiveram presentes 47 pessoas: professores e estudantes de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da UnB; professores da Secretaria de Estado e Educação do DF; diretores e coordenadores pedagógicos de escolas da Secretaria de Estado e Educação do DF; professores dos vários campi do Instituto Federal de Educação de Brasília; professores de cursos de licenciatura de instituições particulares do DF; pedagoga com atuação na Escola de Formação de Magistrados; representantes de outros grupos de pesquisa; integrantes do GEPA.Continue a ler »AVALIAÇÃO EM DEBATE II

O DEVER DE CASA FAVORECE O AVANÇO DAS APRENDIZAGENS?

O DEVER DE CASA FAVORECE O AVANÇO DAS APRENDIZAGENS?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

No livro que tem como título 50 Myths and lies that threaten America’s public schools: the real crisis in education (50 mitos e mentiras que ameaçam as escolas públicas americanas: a verdadeira crise na educação, organizado por David C. Berliner e Gene Glass, editora Teachers College, Columbia University, New York and London, 2014, um dos mitos apresentados e discutidos é o seguinte: “o dever de casa conduz ao avanço das aprendizagens”.

Por meio de tradução livre, exponho os argumentos dos autores. É importante destacar que eles desenvolvem suas ideias a partir do contexto social e educacional dos Estados Unidos. Continue a ler »O DEVER DE CASA FAVORECE O AVANÇO DAS APRENDIZAGENS?

OS MAIS INTELIGENTES DO MUNDO: POR AMANDA RIPLEY

Os mais inteligentes do mundo: por Amanda Ripley

Publicado em 19/10/2014 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Recebi o novo livro da jornalista investigativa da revista Time Amanda Ripley “As crianças mais inteligentes do mundo e como elas chagaram lá” traduzido pela Editora Três Estrelas no Brasil e publicado neste mês. O original da jornalista americana é de 2013. Como se vê, alguém já o traduziu, enquanto o excelente livro de Diane Ravitch “Reinado do Erro” aguarda interessados em traduzí-lo.

O release diz: “ impressionada com os resultados medíocres dos Estados Unidos no teste mundial do PISA (…) Ripley decidiu descobrir por que alguns países tinham obtido notas superiores às da nação mais rica do mundo.”

Em um ano, ela pesquisou, então, o sistema de ensino de três novas superpotências da educação – Finlândia, Polônia e Coreia do Sul. A autora não pretende ser conclusiva e apenas descreve seus encontros e observações, mas ao final não resiste e faz algumas recomendações, algumas até úteis. A questão é que não é ciência, é jornalismo investigativo.Continue a ler »OS MAIS INTELIGENTES DO MUNDO: POR AMANDA RIPLEY

TURMAS MENORES FACILITAM O TRABALHO DO PROFESSOR? AUMENTAM AS POSSIBILIDADES DE CONQUISTA DAS APRENDIZAGENS PELOS ESTUDANTES?

TURMAS MENORES FACILITAM O TRABALHO DO PROFESSOR? AUMENTAM AS POSSIBILIDADES DE CONQUISTA DAS APRENDIZAGENS PELOS ESTUDANTES?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

No livro que tem como título 50 Myths and lies that threaten America’s public schools: the real crisis in education (50 mitos e mentiras que ameaçam as escolas públicas americanas: a verdadeira crise na educação, organizado por David C. Berliner e Gene Glass, editora Teachers College, Columbia University, New York and London, 2014, um dos mitos apresentados e discutidos é o seguinte: “o tamanho da turma não importa; a redução do seu tamanho não provoca mais aprendizagem”.

Os autores afirmam que os defensores de turmas menores entendem que elas contribuem para aumentar o desempenho dos estudantes e trazem desejáveis resultados adicionais e de longa duração; já os que são contra a redução do número de estudantes por turma afirmam que a sua manutenção é mais onerosa e que as pesquisas em seu favor são equivocadas. Essa discussão tem como pano de fundo a educação em escolas nos Estados Unidos.Continue a ler »TURMAS MENORES FACILITAM O TRABALHO DO PROFESSOR? AUMENTAM AS POSSIBILIDADES DE CONQUISTA DAS APRENDIZAGENS PELOS ESTUDANTES?

50 MITOS E MENTIRAS QUE AMEAÇAM AS ESCOLAS PÚBLICAS AMERICANAS

50 MITOS E MENTIRAS QUE AMEAÇAM AS ESCOLAS PÚBLICAS AMERICANAS

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

No livro que tem como título 50 Myths and lies that threaten America’s public schools: the real crisis in education (50 mitos e mentiras que ameaçam as escolas públicas americanas: a verdadeira crise na educação, organizado por David C. Berliner e Gene Glass, editora Teachers College, Columbia University, New York and London, 2014, um dos mitos apresentados e discutidos é o seguinte: “o pagamento por mérito é um bom meio de aumentar o desempenho do professor. Professores deveriam ser avaliados com base no desempenho dos estudantes. Premiar e punir escolas pelo desempenho dos seus estudantes constituem o meio de melhorar as escolas do nosso país”.

Por meio de tradução livre, exponho o mito acima.Continue a ler »50 MITOS E MENTIRAS QUE AMEAÇAM AS ESCOLAS PÚBLICAS AMERICANAS

REPENSANDO O PERCURSO DA AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS

REPENSANDO O PERCURSO DA AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

 

Reorganizando meu escritório, encontrei o seguinte livro de 1967, segunda edição: A escola primária: princípios gerais; direção de classe, de autoria de John U. Michaelis e Enoch Dumas, publicado pela editora Ao Livro Técnico, do Rio de Janeiro. Trata-se de uma cuidadosa revisão da edição de 1953. Este livro foi dedicado por seus autores a “todos que têm um papel chave no preparo de professores para crianças”. No prefácio à edição brasileira a tradutora afirma que ele é “particularmente recomendável a professores e alunos de Teoria e Prática da Escola Primária em cursos de formação de professores de ensino normal, professores de Prática de Ensino em cursos normais, orientadores de professorandos, técnicos de educação primária, orientadores pedagógicos em geral e mesmo professorandos”. Também administradores escolares e professores já em regência de turma tirarão proveito de sua leitura para renovação e domínio de técnicas.Continue a ler »REPENSANDO O PERCURSO DA AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS

FRAUDES ESTÃO FICANDO EVIDENTES

Fraudes estão ficando evidentes

Publicado em 04/10/2014 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Redes de ensino, na corrida pelo melhor IDEB, estão pressionando seus professores a deixarem de dar o conteúdo de outras disciplinas que não sejam português e matemática e usar o tempo para fazer recuperação ou treinar seus estudantes em simulados de português e matemática. A ordem é direta, em alguns casos, dada por coordenadores pedagógicos aos professores.

Em uma delas, a nota que o aluno tira em português e matemática vale também para as demais disciplinas omitidas, e é simplesmente repetida. A fraude mereceria apuração pelo Ministério Público pelo grave dano ao direito de aprender das crianças e mostra como as políticas dos reformadores empresariais que, em tese, são propostas para garantir tal direito, terminam por roubá-lo quando implementadas nas escolas.Continue a ler »FRAUDES ESTÃO FICANDO EVIDENTES

MESTRES DA SUPERAÇÃO: É O CASO DE RECEBEREM NOTAS?

MESTRES DA SUPERAÇÃO: É O CASO DE RECEBEREM NOTAS?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em 04/10/2014

A reportagem de capa da Veja Brasília de 24 de setembro de 2014 traz o tema da semana: Mestres da superação – no difícil cenário da educação pública no DF, garimpamos histórias de professores que merecem nota 10. Os nomes de uma diretora e de uma escola mencionados no texto aqui no blog são fictícios.

Assim começa a reportagem: “Na cidade onde políticos corruptos escondem dinheiro desviado dos cofres públicos até em meias, uma professora conta os centavos para complementar o orçamento da instituição pública que dirige em (…). Eleonora separava pilhas de moedas em sua sala quando a reportagem de Veja Brasília chegou para visitar o colégio, no último dia 15. Os trocados sobre a mesa somaram módicos 250 reais. Era o saldo da venda de cremosinho (vitamina congelada) durante a feira de ciências no fim de semana. Está aqui a primeira parcela da cobertura para a quadra de esportes, calcula Eleonora”. Ela assumiu a direção da escola há 7 meses e “promoveu um milagre da multiplicação de boas práticas na comunidade escolar onde atua”. Ela buscou apoio financeiro de um grande empresário dono de um shopping vizinho da escola. Ele doou tinta para a pintura da fachada. Desde então os estudantes têm sido convidados para sessões de cinema no shopping, com direito a pipoca e refrigerante. A diretora conseguiu também outras doações, como: bancos de cimento, melhoria na quadra de esportes etc. A reportagem destaca que, na ficha da diretora, consta que seu último atestado médico data de 7 anos atrás, quando sua filha nasceu.Continue a ler »MESTRES DA SUPERAÇÃO: É O CASO DE RECEBEREM NOTAS?

AVALIAÇÃO, CURRÍCULO, ENSINO MÉDIO E MUNDO DO TRABALHO

AVALIAÇÃO, CURRÍCULO, ENSINO MÉDIO E MUNDO DO TRABALHO

Por: Erisevelton Silva Lima – Doutor em Educação pela Universidade de Brasília – UnB

 

 

Para além da controversa e apaixonada discussão sobre o papel do ensino médio reduzir-se ao preparo ou não para os vestibulares, é possível apontar, em meio aos debates, uma questão mais prática e urgente, sinalizada pelos próprios estudantes do terceiro ano da última etapa da educação básica. Em diálogo com alguns deles, jovens de uma região periférica do Distrito Federal, o teor da conversa é iniciado pela preocupação com os exames seletivos para o ingresso à educação superior que, especialmente, no caso de Brasília e DF, possuem uma única universidade pública federal. Contudo, a conversa se modifica quando os estudantes começam a apontar outra preocupação estrutural e objetiva: trabalhar e manter-se, mesmo que não adentrem a Universidade. Em meio à modificação ocorrida desde 1996 por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,são latentes e reincidentes queixas como “Queria um ensino médio que me ajudasse a ter alguma profissão”, ou ainda, “Se eu passar no vestibular não tenho como me manter na faculdade, mesmo que seja pública ou que eu possua o PROUNI”. Os jovens estudantes do ensino médio, percebem, nas próprias condições diárias de sobrevivência que não existe educação gratuita, mesmo que ela aconteça na escola pública.Continue a ler »AVALIAÇÃO, CURRÍCULO, ENSINO MÉDIO E MUNDO DO TRABALHO

REFLEXÕES NECESSÁRIAS: “O COLÉGIO É BOM NO QUE SE PROPÕE, QUE É FAZER AS PESSOAS PASSAREM NO VESTIBULAR”

REFLEXÕES NECESSÁRIAS: “O COLÉGIO É BOM NO QUE SE PROPÕE, QUE É FAZER AS PESSOAS PASSAREM NO VESTIBULAR”

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

A revista Brasília Encontro, do mês de setembro, apresenta, como reportagem de capa, “Os segredos das campeãs”, isto é, das escolas que obtiveram as melhores notas no Enem. O texto descreve por que “elas são realmente muito acima da média” A maioria “tem carga horária superior à exigida e aposta na qualificação dos professores”.

Na escola mais bem colocada “aprende-se todo o conteúdo dos três anos em apenas dois. O último é usado para revisão de conteúdo, com carga horária de 40 horas semanais. A matéria vista em sala de aula é reforçada no contraturno, com monitoria e oficinas de redação”. Um dos alunos assim se posiciona: “Os professores são muito bons, o colégio é conteudista, vemos a matéria várias vezes. Temos prova todo sábado, o que nos faz estudar toda semana. A convivência com colegas dedicados nos faz estudar ainda mais”. Outra estudante afirma: “Os colegas se influenciam. O ambiente é focado nos estudos. Temos uma boa relação com os professores também, mas, se alguém faz barulho na sala, os colegas é que pedem silêncio. Um estudante compreende que “O grande diferencial […] é o foco no vestibular. Não tem gincana, nem passeio. A proposta é treinar para fazer prova de vestibular. O colégio é bom no que se propõe, que é fazer as pessoas passarem no vestibular”.Continue a ler »REFLEXÕES NECESSÁRIAS: “O COLÉGIO É BOM NO QUE SE PROPÕE, QUE É FAZER AS PESSOAS PASSAREM NO VESTIBULAR”

DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DA SEEDF: MOVIMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO

DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DA SEEDF: MOVIMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO

Por: Erisevelton Silva Lima – Doutor em

Educação pela Universidade de Brasília – UnB

 

O documento Diretrizes de Avaliação Educacional (2014/2016), recentemente aprovado pelo Conselho de Educação do Distrito Federal – CEDF, entrou noutra etapa de singular importância: encontros, reuniões, palestras, conversas sobre seu teor e sua colocação em prática na rede pública de ensino do Distrito Federal. A rede local possui 656 escolas, 17 Centros de Educação da Primeira Infância – CEPIS e mais 64 instituições conveniadas que são orientadas pelas normas técnico-pedagógicas que emanam da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF.Continue a ler »DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DA SEEDF: MOVIMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO