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Villas Boas

POSSIBILIDADES DA AVALIAÇÃO FORMATIVA PARA A ESCOLA DE ANOS FINAIS

POSSIBILIDADESDA AVALIAÇÃO FORMATIVA PARA

A ESCOLA DE ANOS FINAIS

Simone Moura Gonçalves de Lima

Professora de História da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, especialista em Avaliação e Coordenação Pedagógica pela Universidade de Brasília e mestranda pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília

 

Trabalhando o sal

Pra ver a mulher se vestir

E ao chegar em casa

Encontrar a família a sorrir

Filho vir da escola

Problema maior é o de estudar

Que é pra não ter meu trabalho

E vida de gente levar…

(Canção do Sal – Milton Nascimento e Fernando Brant)

RESUMO:

Este artigo discute as especificidades da organização pedagógica da escola de anos finais, os desafios e as possibilidades de concretização das práticas avaliativas na perspectiva formativa. Apresenta os preceitos formativos há anos já garantidos pela legislação vigente e a realidade vivenciada pela escola. Analisa a avaliação em seus três níveis. Defende o espaço/tempo da coordenação pedagógica como capaz de promover a avaliação formativa quando se organiza para o estudo e reflexão dos avanços e fragilidades pedagógicas vivenciadas pelo grupo e aponta a necessidade de construir o compromisso coletivo para buscar os caminhos possíveis para garantir as aprendizagens de todos.

Palavras-chave: Avaliação formativa. Escola de anos finais. Coordenação Pedagógica.

 

INTRODUÇÃO:

O trecho da letra da canção acima retrata o sonho que a educação escolar ainda pode representar para muitas famílias das classes populares: a possibilidade de melhoria das condições de vida para seus filhos. A universalização do acesso à escola pública no Brasil deveria ter representado a concretização deste sonho, entretanto, muitos estudantes não conseguem permanecer na escola aprendendo. A reprovação e a evasão na educação pública continuam deixando os índices de rendimento escolar abaixo das expectativas dos que pensam as políticas públicas para a educação básica, assim como daqueles que atuam dentro da escola como educadores, especialmente quando nos referimos aos anos finais do Ensino Fundamental, correspondentes do 6º ao 9º anos. As concepções e práticas docentes têm indicado muito mais a permanência das desigualdades sociais através das desigualdades de aprendizagens dentro do ambiente escolar.Continue a ler »POSSIBILIDADES DA AVALIAÇÃO FORMATIVA PARA A ESCOLA DE ANOS FINAIS

HOMEWORK, SLEEP AND THE STUDENT BRAIN

HOMEWORK, SLEEP, AND THE STUDENT BRAIN

Glenn Whitman

Director, The Center for Transformative Teaching and Learning

http://edutopia.org/blog, 23/07/2014

At some point, every parent wishes their high school aged student would go to bed earlier as well as find time to pursue their own passions — or maybe even choose to relax. This thought reemerged as I reread Anna Quindlen’s commencement speech, A Short Guide to a Happy Life. The central message of this address, never actually stated, was: “Get a life.”

But what prevents students from “getting a life,” especially between September and June? One answer is homework.

Favorable Working Conditions

As a history teacher at St. Andrew’s Episcopal School and director of the Center for Transformative Teaching and Learning, I want to be clear that I both give and support the idea of homework. But homework, whether good or bad, takes time and often cuts into each student’s sleep, family dinner, or freedom to follow passions outside of school. For too many students, homework is too often about compliance and “not losing points” rather than about learning.Continue a ler »HOMEWORK, SLEEP AND THE STUDENT BRAIN

RESUMO CRÍTICO SOBRE AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: APRENDIZAGEM, INSTITUCIONAL E EM LARGA ESCALA

Este resumo crítico foi elaborado como atividade da disciplina Avaliação na Educação Básica, do Programa de Pós-graduação em Educação da UnB, ministrada pela professora Dra. Benigna Maria de Freitas Villas Boas no primeiro semestre letivo de 2014

ALUNA: SIMONE MOURA GONÇALVES DE LIMA

DATA: 15/07/14

Resumo Crítico:

DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL PARA A REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

A escola precisa estar organizada pedagogicamente para atender às necessidades de aprendizagens dos estudantes que recebe. Isso requer que todos os seus profissionais e sua comunidade escolar estejam envolvidos em um processo educativo que promova a avaliação formativa. Esta é uma concepção que realiza o enfrentamento do fracasso escolar a partir de ações planejadas para o acompanhamento e continuidade do percurso educativo de todos os estudantes.

Foi com o objetivo de concretizar a prática da avaliação formativa nas escolas públicas da rede de ensino do DF que estas Diretrizes de Avaliação Educacional foram elaboradas. Além de apresentar e discutir procedimentos e instrumentos avaliativos que podem ser desenvolvidos em cada etapa da educação básica, estas Diretrizes indicam a possibilidade de se articular os três níveis da avaliação (aprendizagens, institucional e em larga escala) de modo que se garanta as aprendizagens de todos dentro da escola. O que, sem dúvida, transforma este documento numa referência para a organização do trabalho pedagógico de cada instituição escolar da rede. Promove o diálogo com cada educador e deve ser discutido nas coordenações pedagógicas, nas reuniões do Conselho Escolar e com as famílias, e especialmente, no encontro cotidiano com os estudantes, corresponsáveis pelo processo de aprendizagem.Continue a ler »RESUMO CRÍTICO SOBRE AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: APRENDIZAGEM, INSTITUCIONAL E EM LARGA ESCALA

UMA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO CONTÍNUO

UMA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO CONTÍNUO

Profa. Dra. Maria Emília Gonzaga de Souza

Faculdade de Educação da UnB

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br, em 11/07/2014

Acompanho a prof. Benigna Villas boas na disciplina Avaliação na educação básica para alunos da pós-graduação (mestrandos e doutorandos). Sinto-me privilegiada por essa experiência, primeiro por “beber na fonte” com a Prof. Benigna, depois por ter a oportunidade de ler e discutir a avaliação com um grupo muito interessado e responsável, com experiências bem diversificadas da SEEE/DF, IFB, IFG e outros, e por último compartilhar a responsabilidade da condução da turma. Esse compartilhamento foi graças ao comprometimento da professora Benigna com a formação docente. Ela tem essa característica que todos nós conhecemos: a partilha do conhecimento e a generosidade acadêmica. Cada dia de encontro foi um aprendizado muito rico. Por isso, resolvi narrar essa experiência no blog. Para mim, cada encontro foi um momento de autoavaliação. Aprendizado é isso, nos ajuda a rever posições, opiniões e planejamentos. Muito me ajudou na condução da avaliação para aprendizagem nas minhas turmas, tanto de Didática como na de Avaliação escolar. Os textos discutidos deram margem a novos conhecimentos e reformulações. “A avaliação dá margem para muitas reflexões!” Essa era uma frase constante nas discussões em aula.Continue a ler »UMA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO CONTÍNUO

RESUMO CRÍTICO DO LIVRO O DIRETOR E AS AVALIAÇÕES PRATICADAS NA ESCOLA

RESUMO CRÍTICO DO LIVRO O DIRETOR E AS AVALIAÇÕES PRATICADAS NA ESCOLA, de Erisevelton Silva Lima.Brasília: Editora Kiron, 2012.

 

Atividade da disciplina Avaliação na EDUCAÇÃO BÁSICA, do Programa de Pós-graduação em Educação da UnB

Profa. Dra. Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Mestranda e autora do resumo: Simone Moura Gonçalves de Lima

Primeiro semestre letivo de 2014

Entender quem são os diretores das escolas públicas, o que pensam sobre a organização do trabalho pedagógico, quais são suas concepções sobre a avaliação em seus três níveis (aprendizagem, institucional e de larga escala) e por que permitem tantas reprovações dos estudantes a cada ano letivo, há muito se constituíram em inquietações e angústias do autor, que o levaram a buscar em sua trajetória formativa estas respostas. E foi em seus estudos de doutorado que, ao mergulhar profundamente na realidade de uma escola de anos finais da rede pública de ensino do DF, que ele encontrou elementos fundantes para estruturar este tão relevante trabalho de pesquisa sobre a temática da avaliação.

Há muitos estudos referentes à avaliação em que se busca compreender concepções e práticas dos docentes, dos estudantes ou dos coordenadores pedagógicos. No entanto, poucos são os que se concentram na análise do papel do diretor neste processo, apesar dele ser peça fundamental para promover a organização do trabalho pedagógico na escola. Como se já não bastasse este ser um aspecto para demonstrar o valor do trabalho, o autor ainda escolheu realizar sua pesquisa numa escola de anos finais, território ainda pouco explorado nas pesquisas acadêmicas sobre educação no Brasil. Estes são ingredientes que tornam o trabalho uma referência para qualquer educador interessado em aprofundar sua análise sobre a categoria complexa da avaliação.Continue a ler »RESUMO CRÍTICO DO LIVRO O DIRETOR E AS AVALIAÇÕES PRATICADAS NA ESCOLA

CARTA DO FÓRUM EDUCACIONAL E SINDICAL 2014 DO SINESP, QUE TEVE COMO TEMA “POLÍTICAS DE RESPONSABILIZAÇAO E SEUS IMPACTOS NAS ESCOLAS”

SINESP: carta de 2014

Publicado em 28/06/2014 por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas

CARTA DO FÓRUM EDUCACIONAL E SINDICAL 2014 DO SINESP, QUE TEVE COMO TEMA “POLÍTICAS DE RESPONSABILIZAÇÃO E SEUS IMPACTOS NAS ESCOLAS”

 No vigésimo segundo ano de sua fundação, o SINESP elegeu como princípios norteadores do Fórum Educacional e Sindical:

Analisar e refletir sobre as políticas públicas de Educação do nosso país, o seu impacto nas Unidades Educacionais, no trabalho dos Educadores, na sua saúde e na qualidade do ensino oferecido às crianças, jovens e adultos.

Explicitar a origem dessas políticas e os interesses implícitos em sua aplicação neste momento histórico.

Tendo em vista o direito da população à Educação Pública de qualidade, encaminhar aos governos propostas de melhorias nas políticas educacionais e valorização da Escola Pública e de seus Educadores.

O Fórum Educacional e Sindical do SINESP 2014, realizado nos dias 7 e 8 de maio, no Teatro Gazeta, contou com 700 filiados. Os trabalhos foram coordenados pela Diretoria do SINESP, e contaram com a participação de profissionais convidados, altamente qualificados em sua área de atuação.Continue a ler »CARTA DO FÓRUM EDUCACIONAL E SINDICAL 2014 DO SINESP, QUE TEVE COMO TEMA “POLÍTICAS DE RESPONSABILIZAÇAO E SEUS IMPACTOS NAS ESCOLAS”

RESUMO CRÍTICO DO LIVRO AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: CAMINHANDO PELA CONTRAMÃO

RESUMO CRÍTICO DO LIVRO AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: CAMINHANDO PELA CONTRAMÃO, DE LUIZ CARLOS DE FREITAS ET AL, 6ª .ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014

 

Atividade da disciplina Avaliação na EDUCAÇÃO BÁSICA, do Programa de Pós-graduação em Educação da UnB

Profa. Dra. Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Mestranda: Simone Moura Gonçalves de Lima

Primeiro semestre letivo de 2014

Resumo Crítico:

          A proposta dos autores é discutir a avaliação educacional em seus três níveis (aprendizagem, institucional e de rede de ensino) numa perspectiva integrada, sob a justificativa de ser este “um campo de forças aberto a contradições que necessitam ser enfrentadas por estudantes e professores” (p.9). Debater este tema com alguns professores que atuam na rede pública de ensino do DF hoje provoca reações do tipo “ainda discutir avaliação?” ou “mas eu já pratico a avaliação formativa…”, quando verificamos através da análise dos resultados dos estudantes, a permanência de práticas avaliativas classificatórias e excludentes, especialmente se nos reportarmos às escolas de anos finais e de ensino médio. Isso demonstra a pertinência em continuar promovendo este debate no ambiente escolar enquanto se defender uma educação pública que promova efetivamente as aprendizagens para todos os estudantes.

No primeiro capítulo, referente à avaliação das aprendizagens, os autores concentram a análise das relações entre professor e aluno desenvolvidas no âmbito da sala de aula. Identificam a avaliação como categoria central da organização do trabalho pedagógico porque através de processos formais e informais ela se fará presente diariamente na dinâmica das aulas. Aliás, demonstram que os aspectos informais são mais significativos para definir ao professor quais são os alunos que acompanharão melhor o desenvolvimento das atividades escolares, porque este primeiramente emite juízos de valor para depois avaliar a compreensão de aspectos dos conteúdos das disciplinas que cada estudante alcançou. Assim, numa espécie de “predestinação”, os alunos que apresentarão baixo rendimento escolar são exatamente aqueles que, ao longo de um período, foram classificados como relapsos, desatentos, desinteressados, preguiçosos…Continue a ler »RESUMO CRÍTICO DO LIVRO AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: CAMINHANDO PELA CONTRAMÃO

EJA: “AQUI É MAIS FÁCIL SER APROVADO E MAIS RÁPIDO”

EJA: “AQUI É MAIS FÁCIL SER APROVADO E MAIS RÁPIDO”

Benigna Maria de F. Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

Reportagem da Folha de São Paulo do dia 09/06/2014 comenta que os adolescentes de 15 a 17 anos que frequentam os anos finais do ensino fundamental se tornaram o maior grupo de alunos a se encaminhar para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). No ano passado, eles somavam 466 mil estudantes. Em segundo lugar, vinham os jovens de 20 a 24 anos cursando o ensino médio (442 mil alunos). Em terceiro, apareciam os adultos com mais de 39 anos de idade nos anos iniciais do ensino fundamental (370 mil).

Segundo a reportagem, o objetivo do “ensino acelerado” era oferecer oportunidade aos adultos que não conseguiram terminar os estudos ou buscavam uma segunda chance. A reportagem se refere ao trabalho da EJA como “ensino acelerado”, o que é bastante questionável.

Ainda segundo a reportagem, a partir de “analistas” consultados, a ida de jovens para a EJA é uma das causas do afastamento de adultos, que se sentiriam inseguros estudando com os jovens.Continue a ler »EJA: “AQUI É MAIS FÁCIL SER APROVADO E MAIS RÁPIDO”

AVALIAR É UMA EXPERIÊNCIA COTIDIANA!

AVALIAR É UMA EXPERIÊNCIA COTIDIANA!

Débora Cristina S. da Cruz Vieira

 

Reflexão crítica como atividade da disciplina Avaliação na educação básica, do Programa de Pós-graduação em Educação, da UnB, oferecida pela professora Benigna Villas Boas, durante o primeiro semestre de 2014

 

            Comecei o semestre feliz por ter conseguido me matricular na disciplina Avaliação na Educação Básica, tinha muitas expectativas em relação à mesma e principalmente em relação à professora Benigna. Até então, conhecida pelas palestras da SEEDF, orientadora da minha querida Cláudia Queiroz e autora de dois livros da editora Papirus, que ocupavam a minha estante, mas que ainda não haviam sido lidos na sua totalidade.

Estas eram as minhas poucas informações sobre a professora, mas estudar sobre avaliação era um desejo amparado por uma fragilidade na minha formação inicial: não sou pedagoga, sou licenciada em Letras. Atuo na SEEDF há dezessete anos com anos iniciais e/ou Educação Infantil e não ser pedagoga sempre tornou legítima a minha busca por uma formação continuada que preenchesse estas lacunas, me impulsionando a buscar em cursos, participação de eventos e leituras individuais esta formação que não havia recebido inicialmente. E agora, como aluna do PPGE-UnB, tive a oportunidade de refletir sobre a avaliação, que não poderia ser desperdiçada, então aqui estou!Continue a ler »AVALIAR É UMA EXPERIÊNCIA COTIDIANA!

NÃO HÁ BALA DE PRATA NA EDUCAÇÃO!

Artigo – Maria Alice Setubal

Publicada: 05/06/2014

Não há bala de prata na educação!

 

05/06/2014 – 02h00 – Folha de S.Paulo  

A sociedade brasileira elegeu a educação pública como prioridade nacional. Dos clamores das ruas aos pais e gestores dos municípios da Chapada Diamantina, são exigidas mudanças que promovam uma educação de qualidade para todos.

A comunidade educativa vem produzindo conhecimento sobre as variáveis que impactam a aprendizagem e dialogando com experiências internacionais. Os debates com o poder público têm se multiplicado. Há um consenso de que é preciso considerar a diversidade dos contextos brasileiros e dos atores.

No entanto, o sentido de urgência por mudanças vem sendo responsável por análises fragmentadas e proposições que não reúnem todas as dimensões necessárias. A proliferação de propostas que focalizam a solução a partir de apenas uma variável ou que responsabilizam apenas um dos sujeitos envolvidos pouco tem a contribuir com o debate e, mais grave, gera distorções no papel e atribuições da educação para um projeto de país.  Continue a ler »NÃO HÁ BALA DE PRATA NA EDUCAÇÃO!

PNE É APROVADO NA CÂMARA E CNTE LUTARÁ POR DOIS VETOS NA LEI

PNE é aprovado na Câmara e CNTE lutará por dois vetos na Lei

veta dilma selo web

A Câmara dos Deputados concluiu ontem (3/6) a votação do PL 8.035/2010, que versa sobre o Plano Nacional de Educação, após três anos e meio de tramitação no Congresso.Dos dois pontos pendentes de votação nessa terça-feira, um foi aprovado pelo plenário e outro retirado da pauta. 

A vitória da sociedade ficou por conta da incorporação do Custo Aluno Qualidade (inicial e permanente) com a devida complementação da União, mecanismo que deverá ser regulamentado pelo Congresso nos próximos dois anos. Por outro lado, os parlamentares optaram por abrir mão do financiamento público exclusivamente para a educação pública, possibilitando repasses a entidades privadas nos termos da redação aprovada pelo Senado para o art. 5º, § 4º do projeto de PNE.

Na semana anterior, por ocasião da votação do texto base do PNE, a Câmara já havia incorporado a estratégia 7.36 do Senado, a qual contraria a perspectiva de uma escola pública, democrática e de qualidade para todos/as. O dispositivo consolida a lógica de uma meritocracia perversa para as escolas públicas – dada as diferentes realidades sociais dos estudantes e a necessidade de valorização das carreiras dos trabalhadores escolares –, devendo ter resultados contraproducentes no processo escolar.

Em razão dessas questões prejudiciais, o Conselho Nacional de Entidades da CNTE aprovou a realização de campanha pelo veto presidencial ao parágrafo 4º do art. 5º do projeto de lei do PNE – a fim de prevalecer o comando da meta 20, que destina 10% do PIB para a educação pública – e também à estratégia 7.36, pelas razões acima expostas.

Em outra frente de luta, a CNTE e seus sindicatos filiados mobilizarão as comunidades escolares para pressionar a elaboração democrática e a aprovação dos planos estaduais, distrital e municipais de educação, dentro do prazo definido pelo PNE – 1 ano após a vigência da lei federal.

Os planos infranacionais devem pautar os temas do PNE, porém as metas, as estratégias e as correspondentes ações podem e devem ser mais ousadas que a do plano nacional. Dentre os desafios, destaques para o incremento no financiamento – devendo, ao menos, cada unidade federada dobrar o atual investimento na educação em relação ao PIB local – e para a regulamentação da gestão democrática, dos planos de carreira para todos os trabalhadores escolares, do aprimoramento das instâncias de controle social sobre as verbas públicas, do acesso à formação profissional inicial e continuada para professores e funcionários e do regime de contratação permanente de profissionais pelas redes de ensino.

Sobre este último ponto, o PNE estabeleceu prazo de até três anos para que as redes de ensino incorporem 90% dos/as professores/as nos quadros permanentes de servidores públicos e, no mínimo, 50% dos funcionários da educação.

Não obstante os pontos que serão alvo da campanha pelos vetos presidenciais, a CNTE considera que o novo Plano Nacional de Educação eleva o patamar de luta dos/as trabalhadores/as em educação e da sociedade por escola pública de qualidade para todos/as, razão pela qual a mobilização dos atores educacionais deve concentrar-se na implementação integral do PNE em todas as redes escolares.

Dentre as principais pautas para o próximo período, além das citadas acima, estão a regulamentação do sistema nacional de educação, em até dois anos, a aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional, em até um ano, a realização do censo dos funcionários da educação, a universalização das matrículas escolares dos estudantes de 4 a 17 anos, com atenção especial à expansão das creches públicas, ao combate do analfabetismo com a consequente elevação da escolaridade da população jovem e adulta do país, além da ampliação das vagas públicas na educação técnica profissional e no ensino superior e a implementação do CAQi e CAQ como referencial para as políticas de melhoria da qualidade da educação e de valorização de seus profissionais.

A CNTE aproveita para parabenizar seus sindicatos filiados e os demais parceiros pela luta que garantiu avanços importantes no projeto original do PNE, mesmo com todo o atraso na tramitação, bastante prejudicial do ponto de vista da urgência em se garantir o pleno direito ao acesso e à aprendizagem dos estudantes na escola pública.

Em breve, a CNTE publicará uma avaliação do PNE contendo a posição da Entidade sobre todos os pontos da futura Lei que norteará as políticas públicas educacionais na próxima década no país.

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PROVINHA BRASIL E REGULAÇÃO: IMPLICAÇÕES PARA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Provinha Brasil e Regulação: Implicações para a Organização do Trabalho Pedagógico

 

Elisângela Teixeira Gomes Dias defendeu sua tese de doutorado no dia 29 de abril de 2014 no Programa de pós-graduação em Educação da UnB para a qual realizou pesquisa com o objetivo geral de compreender as implicações da utilização da Provinha Brasil (PB) para o trabalho pedagógico de professores e gestores da rede pública de ensino do Distrito Federal, a partir do processo de multirregulação desta política de avaliação, considerando as contradições e ambiguidades da realidade histórico-social investigada. A pesquisa baseou-se nos dados e nas informações obtidas pela pesquisadora por meio das observações de reuniões desenvolvidas pelos gestores de nível central e intermediário da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF); do acompanhamento sistemático do trabalho desenvolvido durante um ano letivo, em uma escola de Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pelos gestores, coordenadores e professores, em especial as docentes das quatro turmas de 2º ano; dos depoimentos registrados no diário de campo, coletados nas entrevistas e também nas respostas dos questionários aplicados aos 324 professores alfabetizadores que atuavam no 2º ano de escolarização. Os dados empíricos, articulados à análise documental realizada, possibilitaram o confronto entre a intenção propagada por essa política com a realidade vivenciada. O movimento de análise, sustentado no campo do materialismo histórico-dialético, foi construído na articulação entre as categorias metodológicas estruturadas a partir de Cury (2000), contradição, totalidade, mediação, reprodução e hegemonia, com as categorias conceituais, apreendidas pelo recorte teórico-prático do objeto de estudo: avaliação externa, regulação e organização do trabalho pedagógico. Continue a ler »PROVINHA BRASIL E REGULAÇÃO: IMPLICAÇÕES PARA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

ESCOLAS RECEBERÃO EM JUNHO RESULTADOS DA AVALIAÇÃO NACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO

Escolas receberão em junho resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização

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27/05/2014

 

Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

No mês que vem, as escolas receberão os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). Além dos resultados, as escolas terão acesso a uma contextualização, com dados de infraestrutura, corpo docente e nível socioeconômico, segundo explicou hoje (27) o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares.

“A intenção é que as escolas deem mais a quem precisa. Se eu tenho uma escola com alunos difíceis, porque trazem menos de casa, tenho que ter uma escola menos complexa”, diz ele.

A ANA foi aplicada pela primeira vez no ano passado. As provas avaliaram os conteúdos de leitura, escrita e matemática dos alunos no final do ciclo da alfabetização. No total, fizeram a avaliação 2,6 milhões de estudantes, de 55 mil escolas.Continue a ler »ESCOLAS RECEBERÃO EM JUNHO RESULTADOS DA AVALIAÇÃO NACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SP EXIGE MUDANÇA NO CURRÍCULO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA USP, UNESP E UNICAMP

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SP EXIGE MUDANÇA NO CURRÍCULO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA USP, UNESP E UNICAMP

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducaciona.com.br em 1º/06/2014

Transcrevo abaixo reportagem da Folha de São Paulo de 31/05/2014 sobre decisão do Conselho Estadual de Educação de São Paulo que impõe mudanças no currículo dos cursos de licenciatura da USP, UNESP e UNICAMP. O tema em questão merece muita reflexão porque simplesmente aumentar a carga horária de estágios e de disciplinas sobre a prática escolar, como quer o Conselho de Educação, não basta. É preciso que o curso como um todo tome como referência o trabalho da escola de educação básica em todos os seus níveis/modalidades/etapas/contextos. Além disso, é necessário que os professores dos cursos de licenciatura tenham familiaridade com o trabalho dessa escola, por diversos meios. Há docentes de cursos de licenciatura que falam “sobre” a escola, mas não a conhecem.Continue a ler »CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SP EXIGE MUDANÇA NO CURRÍCULO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA USP, UNESP E UNICAMP

CERCA DE 8,5 MILHÕES DE ESTUDANTES BRASILEIROS ESTÃO ATRASADOS DUAS SÉRIES NA ESCOLA

CERCA DE 8,5 MILHÕES DE ESTUDANTES BRASILEIROS ESTÃO ATRASADOS DUAS SÉRIES NA ESCOLA

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

29/05/2014

 

Segundo dados do Censo da Educação Básica de 2013, mais de 8,5 milhões de estudantes brasileiros estão atrasados pelo menos dois anos na escola. Estão nessa situação 6,1 milhões de estudantes do ensino fundamental e 2,4 milhões do ensino médio.

As razões são várias: de ordem social, familiar e educacional. São crianças e adolescentes que foram reprovados, abandonaram a escola ou já foram alfabetizados com atraso.

O governo federal, o estadual e o municipal devem desenvolver duas ações simultâneas. A primeira consiste em oferecer, imediatamente, as melhores condições de aprendizagem a esse grupo que já apresenta descompasso entre a idade e o/a ano/série. Trata-se de uma ação urgente e obrigatória. Não se pode deixar que as necessidades de aprendizagem desses estudantes se avolumem. Contudo, não é o caso de se desenvolverem atividades de forma aligeirada para que eles sejam aprovados. Não seria justo para com eles. Em vez de serem simplesmente aprovados de um ano a outro, precisam aprender. Em lugar de receberem pacotes padronizados, com vistas à sua “aceleração de aprendizagem”, como se todos tivessem as mesmas necessidades, como tem sido feito, eles têm de ter respeitados o seu tempo, o seu ritmo e suas experiências. Nada lhes pode ser sonegado, pelo contrário, tudo o que lhes foi negado deve ser reposto.Continue a ler »CERCA DE 8,5 MILHÕES DE ESTUDANTES BRASILEIROS ESTÃO ATRASADOS DUAS SÉRIES NA ESCOLA

I AVALIAÇÃO EM DEBATE – TEMA – AVALIAÇÃO FORMATIVA: PROCESSO CONSTRUÍDO NO INTERIOR DA ESCOLA

I AVALIAÇÃO EM DEBATE – TEMA – Avaliação formativa: processo construído no interior da escola

Publicado em 26/05/2014

O GEPA realizou no dia 6 de maio de 2014, no auditório da ADUNB, na UnB, o I Avaliação em debate, tendo como tema – Avaliação formativa: processo construído no interior da escola. Também participaram da organização e do desenvolvimento do evento os estudantes da disciplina Avaliação na Educação Básica, do Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação da UnB, oferecida no 1º semestre de 2014.

O evento teve como objetivos:

Construir entendimento sobre a avaliação formativa como um processo marcado pela lógica da inclusão, do diálogo, da mediação, da participação, da autonomia e da responsabilidade com o coletivo.

Discutir práticas avaliativas no interior da escola compatíveis com a avaliação formativa.Continue a ler »I AVALIAÇÃO EM DEBATE – TEMA – AVALIAÇÃO FORMATIVA: PROCESSO CONSTRUÍDO NO INTERIOR DA ESCOLA

BAIXO RENDIMENTO DE ALUNOS FAZ PREFEITURA DE SP REPENSAR ESCOLA MODELO PARA O PAÍS

Baixo rendimento de alunos faz prefeitura de SP repensar escola modelo para País

Por Davi Lira – iG São Paulo | 22/05/2014 09:00 – Atualizada às 22/05/2014 15:27

ultimosegundo.ig.com.br

Na Amorim Lima, uma das pioneiras da educação democrática no País, alunos acumulam baixos resultados nas provas do MEC

Na Amorim, alunos escolhem o que querem aprender a partir de um roteiro de estudo

Considerada como um modelo de gestão da educação no Brasil, a escola municipal de ensino fundamental Desembargador Amorim Lima, localizada na zona oeste de São Paulo, vem apresentando resultados ruins nos principais índices oficiais que ajudam a medir o nível de apropriação de conhecimento pelos alunos. A situação levou à prefeitura de São Paulo a repensar agora o formato experimental adotado pela unidade de ensino fundamental desde 2003.

A postura do governo pode ser vista pela comunidade escolar como o duro golpe à lógica pedagógica seguida pela unidade, baseada no ideário das escolas democráticas. Na Amorim Lima, não há provas, os professores não seguem o currículo oficial e os alunos têm a autonomia de decidir os assuntos que vão estudar.Continue a ler »BAIXO RENDIMENTO DE ALUNOS FAZ PREFEITURA DE SP REPENSAR ESCOLA MODELO PARA O PAÍS

PISA: PESQUISADORES AO REDOR DO MUNDO REAGEM AO TESTE

PISA: pesquisadores ao redor do mundo reagem ao teste

Publicado em 13/05/2014 por Luiz Carlos de Freitas no Blog http://avaliacaoeducacional.com

Em carta ao Diretor do PISA da OCDE, publicada pelo The Guardian, mais de 80 pesquisadores ao redor do mundo expressam sua preocupação com o impacto dos testes do PISA nas redes de ensino. Entre eles o renomado estatístico britânico dos estudos multiníveis (HLM) Harvey Goldstein, a combativa americana Diane Ravitch, e os conhecidos Peter McLaren, Stephen J. Ball e Henry Giroux, para citar alguns. Veja lista completa abaixo.

Quanto mais será necessário para o Governo Dilma e o MEC entenderem que sua política de avaliação centrada em testes, conduzida pelo INEP, está equivocada?

Entre as razões para a preocupação os signatários incluem:Continue a ler »PISA: PESQUISADORES AO REDOR DO MUNDO REAGEM AO TESTE

AVALIAÇÃO FORMATIVA E CULTURA DA ESCOLA: AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO DA SEEDF

AVALIAÇÃO FORMATIVA E CULTURA DA ESCOLA: AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO DA SEEDF

Por: Erisevelton Silva Lima

Doutor em Educação pela Universidade de Brasília – UnB

 

As escolas concretas, por sua vez, reconstroemse e reactualizamse quotidianamente pela acção  pedagógica  e  organizacional,  quer  na  forma  como  incorporam,  referenciam  ou  resistem  a  certas heranças simbólicas, representações sociais  e  “sedimentos  culturais”, quer na forma  como  encaram,  com maior ou menor  capacidade de iniciativa e  criatividade, os constrangimentos, dilemas e oportunidades, ou como assumem e concretizam novas missões e objectivos. (AFONSO, p.13, 2010).

 

Em Forquin (1993) pode-se compreender que a cultura escolar diz respeito às formas ou maneiras de a escola constituir-se ao longo dos tempos, as quais continuam, de maneira indelével, orientando a arquitetura, as práticas e as simbologias que nos fazem identificar, em qualquer lugar, o que é uma escola. Do mesmo autor é possível compreender que a cultura da escola é o processo complexo e muitas vezes objetivo e subjetivo pelo qual cada instituição se insere social, política, econômica e pedagogicamente no tempo histórico que ocupa. Portanto, diz respeito, igualmente, ao que anuncia a epígrafe de Afonso (2010) quando esclarece sobre a maneira própria com que cada escola segue, rejeita, acolhe e ou ressignifica suas demandas e desafios.Continue a ler »AVALIAÇÃO FORMATIVA E CULTURA DA ESCOLA: AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO DA SEEDF