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Villas Boas

FAMÍLIA E ESCOLA: ACORDOS POSSÍVEIS!

Erisevelton Silva Lima – Doutor em educação pela UnB
Em diálogo com meus pares e em palestras habituais com os mesmos, a família tem sido apontada como um ente ausente, omisso ou desagregado que deixa de cumprir quesitos elementares para que a escola e os profissionais da educação consigam realizar o trabalho pedagógico. Onde estaria a cisão? Por que estas duas instituições estão distanciadas? Neste breve texto procuro discutir estas duas questões apontando a organização do trabalho pedagógico e, não por acaso, o envolvimento das famílias de maneira consultiva e colaborativa.
Para Tedesco (1998, p.36), essa erosão que afeta o apoio familiar não se limita à falta de tempo para auxiliar as crianças na realização das tarefas escolares (dever de casa) e ou para acompanhar a trajetória de aprendizagem dos estudantes durante o ano letivo. Aponta, ainda, que foi produzida ao longo dos tempos uma nova dissociação entre a família e a escola, qual seja: a debilidade nos quadros de referência para os quais a escola supõe sejam os corretos e para os quais ela se preparou. Acrescenta, ainda, o autor “A escola transformava a criança naqueles aspectos que fortaleciam a coesão social: adesão à nação, aceitação da disciplina e dos códigos de conduta etc.” (TEDESCO, 1998, p.37). Os quadros de referência apontados por Tedesco dizem respeito aos valores, especialmente aqueles pautados no reconhecimento das hierarquias que deviam ser sequenciadas e reforçadas fora de casa pela escola. A família modificou-se ao longo dos tempos, os valores parecem não apenas serem outros, mas se estabelecem de outras maneiras. Por outro lado, somos desafiados, diariamente, a pensar formas diferentes de organizar o trabalho e as relações no interior da escola.Continue a ler »FAMÍLIA E ESCOLA: ACORDOS POSSÍVEIS!

RIO TESTA NOVO TIPO DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Vivemos tempos de avaliação (melhor dizendo: de provas). Parece que o trabalho com os alunos se realiza em função de provas internas e externas à escola. Essa situação é preocupante. Mais um tipo de prova se anuncia: agora é a vez da avaliação de competências não cognitivas, no Rio de Janeiro. A atuação de psicólogos está invadindo o espaço escolar. Quais serão as consequências disso?

VALOR ECONÔMICO
08/08/2013 – 00:00
Rio testa novo tipo de avaliação educacional
Por Luciano Máximo

“A primeira avaliação educacional de larga escala para medir o impacto de competências não cognitivas no processo de aprendizagem na escola será aplicada no mês que vem pela primeira vez no Brasil – e no mundo – para 55 mil alunos da rede pública do Rio de Janeiro. A prova, piloto, tem como objetivo levantar dados de características comportamentais dos alunos, como disciplina/responsabilidade, sociabilidade, estabilidade emocional, cooperação, abertura a novas experiências, e cruzá-los com informações de outros mecanismos mais tradicionais de aferição da qualidade da educação (Ideb, Enem, Pisa). Os resultados servirão para orientar políticas públicas do setor no país e no exterior.
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LIÇÃO DE CASA: TEMA ABANDONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Benigna Maria de Freitas Villas Boas
A Prefeitura de São Paulo pretende desenvolver em 2014 Programa de Reorganização Curricular e Administrativa, Ampliação e Fortalecimento da sua rede municipal de ensino. Para tanto apresenta em seu site documento para consulta pública. Uma das estratégias apontadas para que o aluno “corrija seu processo de aprendizagem” é a lição de casa.

No livro Dever de casa e avaliação, escrito por Enílvia Rocha Morato Soares e por mim, publicado neste ano pela Editora Junqueira & Marin, apresentamos resultados de uma pesquisa realizada em uma escola da rede pública do DF. Chamou-nos a atenção o depoimento da professora colaboradora da investigação:
“Eu nunca tinha parado pra pensar nisso… sério mesmo. Pra que a gente manda tarefa de casa? Que hábito é esse que a escola adquiriu? Quem inventou isso? Será que não é mais uma forma de punir as crianças? De cobrar das crianças… às vezes até de tirar um pouco da responsabilidade, da tua responsabilidade enquanto professora, né? São coisas que eu comecei a pensar”.Continue a ler »LIÇÃO DE CASA: TEMA ABANDONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIAÇÃO FORMATIVA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Erisevelton Silva Lima
Doutor em educação pela UnB e membro do grupo de pesquisa GEPA

Não podemos ignorar os apelos dos professores que atuam nos anos finais do ensino fundamental e nas turmas do ensino médio ao se queixarem do quantitativo de estudantes por turma. Não por acaso, o número de turmas que assumem revela a força da lógica da escola seriada que data de 300 anos e que, ainda, é o modelo gerencial (preferido) adotado pelos sistemas de ensino para supostamente melhor organizar os tempos e espaços de aprendizagens na escola. Não são raras as vezes em que diante da possibilidade de alguma proposta ou projeto que afete o cotidiano desses professores, as resistências e algumas descrenças se tornam bastante presentes. Aqui pretendo levantar algumas reflexões sobre a avaliação e a organização do trabalho pedagógico para a sala de aula. Como organizar os tempos e espaços para desenvolvimento do currículo? Como avaliar? Em que momento promover esta organização?Continue a ler »PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIAÇÃO FORMATIVA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

LIVRO DEVER DE CASA E AVALIAÇÃO

A editora Junqueira & Marin coloca à disposição dos interessados o livro Dever de casa e avaliação, de autoria de Enílvia Rocha Morato Soares e Benigna Maria de Freitas Villas Boas. O livro apresenta o seguinte sumário:
Prefácio, pela professora Dra. Ilma Passos Alencastro Veiga.
Introdução: um dever de casa instigante
Capítulo 1: Abrindo caminho para a pesquisa
Capítulo 2: Dever de casa: ontem e hoje
Capítulo 3: Dever de casa – a serviço da avaliação classificatória ou da formativa?
Capítulo 4: Dever de casa – a visão da escola.
Capítulo 5: Os estudantes e o dever de casa – “a gente tem mais é que ser feliz”.
Capítulo 6: Dever de casa – a compreensão dos pais/responsáveis.
Capítulo 7 – Dever de casa – o entendimento da professora.
Considerações finais: inquietações sobre o dever de casa.
Referências.Continue a ler »LIVRO DEVER DE CASA E AVALIAÇÃO

APÓS 21 ANOS, ALUNOS DE SP TERÃO LIÇÃO DE CASA, NOTA E BOLETIM

Karina Yamamoto
Do UOL, em São Paulo
15/08/201302h00 > Atualizada 15/08/201311h43

O prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário de Educação César Callegari (PSB) apresentam, na manhã desta quinta-feira (15), um novo programa para a rede municipal de ensino. Chamado “Mais Educação São Paulo”, o pacote de iniciativas faz clara referência ao programa de ensino integral do governo federal criado por Haddad enquanto ministro.
As escolas públicas municipais terão um novo regimento geral que mudará a rotina dos estudantes e professores: provas a cada dois meses (bimestrais), lição de casa, notas de 0 a 10 e boletim que poderá ser consultado pelos pais na internet.
Progressão continuada existe há 21 anos na rede municipal de São Paulo.Continue a ler »APÓS 21 ANOS, ALUNOS DE SP TERÃO LIÇÃO DE CASA, NOTA E BOLETIM

A BATALHA SOBRE OS CICLOS CONTINUA: QUEM SÃO OS PERDEDORES?

A BATALHA SOBRE OS CICLOS CONTINUA: QUEM SÃO OS PERDEDORES?
Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Mais um capítulo dessa batalha é narrado na reportagem a seguir. O mais preocupante é a incompreensão sobre ciclos e, principalmente, sobre a avaliação, revelada em todos os episódios e depoimentos. Observe-se a manifestação ao final da reportagem: “Ou para agora – e evita prejuízos maiores – ou a coisa pode piorar. No caso dos ciclos, é só avisar que os alunos podem reprovar (sic) no fim do ano”. O entrevistado quer dizer que a interrupção da organização da escolaridade em ciclos pode ser feita simplesmente “avisando” que a “reprovação” continuará. Neste depoimento fica bem claro o entendimento de que o que diferencia os ciclos do regime seriado é a “reprovação”. Enquanto perdurar essa compreensão, a organização do trabalho da escola não avançará. Continue a ler »A BATALHA SOBRE OS CICLOS CONTINUA: QUEM SÃO OS PERDEDORES?

PROGRAMA RESIDÊNCIA EDUCACIONAL EM SÃO PAULO

PROGRAMA RESIDÊNCIA EDUCACIONAL EM SÃO PAULO

13/08/13
Estagiários do Residência Educacional começam atividades em mil escolas estaduais
Os jovens fazem parte de um modelo inédito de estágio, inspirado na residência médica
SAIBA MAIS
A partir dessa semana, a primeira turma de universitários selecionados pelo programa Residência Educacional começa a atuar nas escolas estaduais de São Paulo. Os jovens fazem parte de um modelo inédito de estágio, inspirado na residência médica.Continue a ler »PROGRAMA RESIDÊNCIA EDUCACIONAL EM SÃO PAULO

POR QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO E O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DF INSISTEM EM IMPEDIR A CONTINUIDADE DA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLARIDADE EM CICLOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF?

POR QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO E O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DF INSISTEM EM IMPEDIR A CONTINUIDADE DA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLARIDADE EM CICLOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas
Por decisão judicial está suspensa, desde fevereiro deste ano, a continuidade da organização curricular por ciclos, para o ensino fundamental. Desde 2005 é desenvolvido em escolas da rede pública o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), outra designação para ciclo. Continue a ler »POR QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO E O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DF INSISTEM EM IMPEDIR A CONTINUIDADE DA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLARIDADE EM CICLOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF?

RIO TESTA NOVO TIPO DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

MAIS PROVAS A CAMINHO. TESTES TÊM OCUPADO GRANDE PARTE DO TEMPO ESCOLAR PORQUE, ALÉM DO TEMPO PARA SUA APLICAÇÃO, A TENDÊNCIA TEM SIDO OS ESTUDANTES SEREM PREPARADOS PARA NELES SE SAÍREM BEM.

“Valor Econômico

08/08/2013 – 00:00

Rio testa novo tipo de avaliação educacional

Por Luciano Máximo

Ana Paula Paiva/Valor / Ana Paula Paiva/Valor

Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, diz que o Japão adota estímulos a habilidades não cognitivas na pré-escola

A primeira avaliação educacional de larga escala para medir o impacto de competências não cognitivas no processo de aprendizagem na escola será aplicada no mês que vem pela primeira vez no Brasil – e no mundo – para 55 mil alunos da rede pública do Rio de Janeiro. A prova, piloto, tem como objetivo levantar dados de características comportamentais dos alunos, como disciplina/responsabilidade, sociabilidade, estabilidade emocional, cooperação, abertura a novas experiências, e cruzá-los com informações de outros mecanismos mais tradicionais de aferição da qualidade da educação (Ideb, Enem, Pisa). Os resultados servirão para orientar políticas públicas do setor no país e no exterior.Continue a ler »RIO TESTA NOVO TIPO DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

EDUCAÇÃO DE MÁ QUALIDADE EXPULSA ALUNO

EDUCAÇÃO DE MÁ QUALIDADE EXPULSA ALUNO
Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Importante ler a reportagem abaixo. Ter escolas e nelas matricular os alunos não resolvem o problema da educação. O IDHM é um índice numérico que não mede a qualidade do trabalho da escola. Como o texto afirma, em seu final, o IDHM mostra que a “universalização do ensino e a melhoria de renda não são suficientes para manter o aluno na escola na idade certa para cada série”. É preciso ter escolas de qualidade. Além disso, acrescento, os professores precisam ser formados para atender as necessidades de cada contexto educacional. Os cursos que os formam estão defasados e não contam com professores que conhecem o trabalho da educação básica. Muitos deles estiveram em escolas desse nível como alunos. Como poderão contribuir para a formação dos professores que nossas escolas requerem? Ainda estamos longe disso.
Benigna Villas Boas

“Análise: Educação de má qualidade expulsa estudantes e cria defasagem
Folha de São Paulo, 30/08/2013

O crescimento de 128,3% nos índices de educação foram insuficientes para o Brasil conseguir um bom resultado no IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) divulgado ontem.
Foram justamente os resultados de educação que puxaram o índice para baixo. Continue a ler »EDUCAÇÃO DE MÁ QUALIDADE EXPULSA ALUNO

REORGANIZAÇÃO DOS CICLOS EM SP

Folha de São Paulo, 29/07/2013
29/07/2013 – 03h00

Reportagem da Folha de São Paulo de 29/07/2013 tem o seguinte título:
Aluno de SP poderá repetir em 5 das 9 séries

O texto trata de mais uma reorganização dos ciclos em São Paulo. Como sempre acontece, a ideia de reprovação é a que prevalece. Ainda não se conseguiu mudar o jeito da escola para que ela se volte para a conquista das aprendizagens pelos estudantes.
Ao final da reportagem destacam-se o número de “avaliações” e de “matérias” necessárias para reprovar o aluno. Quando conseguiremos construir a escola comprometida com as aprendizagens e não com a aprovação e reprovação?

“O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), decidiu fazer uma reorganização nos ciclos e nos currículos da rede municipal de ensino.
A proposta em estudo prevê que possa haver reprovação em até cinco séries do ensino fundamental, ante as atuais duas. E, em alguns casos, poderá haver a dependência de matérias.
O documento com a proposta, obtido pela Folha, foi enviado pela Secretaria Municipal de Educação há cerca de dez dias a dirigentes da rede para discussão. Continue a ler »REORGANIZAÇÃO DOS CICLOS EM SP

AVALIAÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA EM SÃO PAULO

São Paulo pretende afastar diretor de escola mal avaliado
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FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

O governo de São Paulo decidiu criar um sistema de avaliação que vai retirar do cargo diretores de escola que tiverem baixo desempenho.
A iniciativa, à qual a Folha teve acesso, é considerada pela Secretaria da Educação como inédita no país. Atualmente, vigora a ideia de que o dirigente tem estabilidade ao ser aprovado em concurso –ele perde o posto apenas por desvio de conduta.
Pela proposta desenhada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), os novos diretores serão avaliados por três anos.
Após o período, os que não alcançarem desempenho satisfatório terão mais três anos para se recuperar. Os que falharem perderão o posto. Continue a ler »AVALIAÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA EM SÃO PAULO

MANIFESTAÇÃO DE UMA PROFESSORA SOBRE CICLOS NO DF

MANIFESTAÇÃO DE UMA PROFESSORA SOBRE CICLOS NO DF

Em comentário publicado em uma rede social, uma professora da rede pública de ensino do DF assim se manifesta sobre reportagem por ela lida: “O Bloco Inicial de Alfabetização nada mais é do que o trabalho em ciclo. Ele foi implantado, gradativamente já desde 2006, se não me engano, e na CRE de Brazlândia, onde trabalho, foi implantado em 2007.

Falo isso, pois as pessoas estão falando como algo novo, o que não é bem assim. A reportagem, mesmo apresenta o exemplo de alunos de 07 anos e do terceiro ano. Ambos já faziam parte do BIA. A mudança foi na apresentação do currículo.Continue a ler »MANIFESTAÇÃO DE UMA PROFESSORA SOBRE CICLOS NO DF

CICLOS BARRADOS NA JUSTIÇA: A BATALHA CONTINUA

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

No texto do dia 07/07/2013 comentei reportagem do Correio Braziliense do dia 05/07/2013 que afirmava o seguinte: “Suspensa desde fevereiro deste ano por decisão judicial, a nova organização curricular por ciclos de aprendizagem, para o ensino fundamental, e, em semestralidade, para o ensino médio, pode gerar prejuízo aos cofres públicos. Começa a valer em 10 dias a decisão da justiça de cobrar multa de R$10 mil caso qualquer instituição de ensino mantenha o sistema sugerido pelo governo no início deste ano”. A ação foi movida pelo Ministério Público do DF e dos Territórios por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação. Depois de longas deliberações, a decisão foi proferida pela 5ª Vara de Fazenda Pública do DF.

Reportagem do Correio Braziliense de 19 de julho de 2013 declara: “O impasse continua. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Secretaria de Educação se reuniram ontem para firmar um acordo sobre a implantação dos ciclos no ensino fundamental e da semestralidade no ensino médio, mas questões como prazos para o treinamento de professores e discussão com a sociedade adiaram mais uma vez o consenso acerca dos métodos”. Não houve acordo porque “era para definir a continuidade do novo currículo mediante o cumprimento de cláusulas, mas alguns prazos que colocamos deverão passar pelo procurador-geral do DF, Marcelo Augusto da Cunha, afirmou a titular da Proeduc, Márcia Pereira da Rocha”. Diante disso, nova discussão “entre as partes ficou para a semana que vem”. Lamentável que um tema de natureza pedagógica seja levado à justiça.Continue a ler »CICLOS BARRADOS NA JUSTIÇA: A BATALHA CONTINUA

“UMA CRIANÇA, UM PROFESSOR E UM LIVRO PODEM MUDAR O MUNDO. EDUCAÇÃO É A ÚNICA SOLUÇÃO”. MALALA

12 de julho – Dia de Malala

Malala: O Talibã fracassou em tentar nos calar

Discurso na sede da ONU é a primeira aparição pública da paquistanesa após se recuperar do ataque do Talibã.
Nações Unidas declaram 12 de julho Dia de Malala.
Em um discurso na sede da ONU em Nova York, a paquistanesa Malala Yousufzai, baleada na cabeça pelos talibãs há nove meses, agradeceu a todos os que rezaram pela sua recuperação e disse que o Talibã fracassou em tentar impedir sua luta por direitos humanos. O evento – no dia em que ela completa 16 anos – faz parte de uma campanha para garantir a educação gratuita e obrigatória para todas as crianças. As Nações Unidas declararam 12 de julho como o Malala Day (Dia de Malala). – Malala Day não é o meu dia. É um dia de toda mulher, toda jovem, toda pessoa que luta pelos seus direitos. Há centenas de ativistas lutando. E eu estou aqui de pé, não por mim, mas por aqueles que batalham para viver em paz, por oportunidades, por educação – disse, muito aplaudida. – O Talibã tentou calar essas vozes, mas ele falhou. Ele fracassou. Hoje, desejo educação para todas as crianças do Talibã, a todos os terroristas e extremistas. Sou a mesma Malala, minha esperança é a mesma, minha ambição é a mesma, meus sonhos são os mesmos. Continue a ler »“UMA CRIANÇA, UM PROFESSOR E UM LIVRO PODEM MUDAR O MUNDO. EDUCAÇÃO É A ÚNICA SOLUÇÃO”. MALALA

OBRIGATORIEDADE DE DIVULGAÇÃO DO IDEB: MAIS INTERFERÊNCIA NO TRABALHO ESCOLAR

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – mbboas@terra.com.br

Menos de uma semana depois de os ciclos serem barrados pela justiça do DF, outra imposição é feita às escolas da rede pública por profissionais sem formação pedagógica: no dia 8 de julho foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal a Lei 5128, de 04/07/2013, de autoria dos deputados Luzia de Paula e Agaciel Maia. O teor da lei é o seguinte:

LEI Nº 5.128, DE 04 DE JULHO DE 2013.
(Autoria do Projeto: Deputados Luzia de Paula e Agaciel Maia)
Dispõe sobre a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB nos estabelecimentos públicos e particulares de ensino do Distrito Federal.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
Art. 1º Ficam os estabelecimentos públicos e particulares de ensino localizados no território do Distrito Federal obrigados a divulgar, em suas dependências, a sua classificação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, bem como divulgá-lo aos pais ou responsáveis legais pelos alunos quando da renovação ou realização de novas matrículas.
§ 1º (V E T A D O).
§ 2º (V E T A D O).
§ 3º A divulgação do IDEB no interior dos estabelecimentos públicos de ensino compete à direção de cada um deles.
Art. 2º A inobservância do disposto nesta Lei implica as seguintes sanções:
I – no caso dos estabelecimentos públicos de ensino: as penalidades administrativas previstas na legislação vigente;
II – no caso dos estabelecimentos particulares de ensino: as penalidades previstas na Lei federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor.
Parágrafo único. As sanções indicadas nos incisos I e II não isentam os infratores de outras penalidades dispostas na legislação vigente.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 04 de julho de 2013.
125º da República e 54º de Brasília
AGNELO QUEIROZ
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CICLOS BARRADOS PELA JUSTIÇA DO DF

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – mbboas@terra.com.br
Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas com pós-doutoramento em Educação pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres

O título acima é o mesmo de uma reportagem do Correio Braziliense de 05/07/2013. “Suspensa desde fevereiro deste ano por decisão judicial, a nova organização curricular por ciclos de aprendizagem, para o ensino fundamental, e, em semestralidade, para o ensino médio, pode gerar prejuízo aos cofres públicos. Começa a valer em 10 dias a decisão da justiça de cobrar multa de R$10 mil caso qualquer instituição de ensino mantenha o sistema sugerido pelo governo no início deste ano”, diz a reportagem. A ação foi movida pelo Ministério Público do DF e dos Territórios por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação. Depois de longas deliberações, a decisão foi proferida pela 5ª Vara de Fazenda Pública do DF.

É lamentável que uma iniciativa de caráter pedagógico seja levada à justiça. É incompreensível que o descumprimento da decisão da justiça, neste caso, tenha como pena o pagamento de multa em dinheiro. De onde retirá-lo? Dos recursos da educação? Em termos educacionais, o que tal ato significa? Que aprendizagem nossas crianças, nossos jovens, seus pais e seus professores podem retirar dessa atitude judicial? A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação atua em defesa de quem? Cabe ressaltar que as escolas não estariam implantando “nova organização curricular”, mas dando continuidade à que vem sendo adotada desde 2005 nos três primeiros anos do ensino fundamental. Esse fato não foi levado em conta. Continue a ler »CICLOS BARRADOS PELA JUSTIÇA DO DF

“PROFESSOR, PRA QUE REFAZER ISSO SE NÃO VAI CAIR NO VESTIBULAR?”

Erisevelton Silva Lima – lima.eri@gmail.com
Doutor em Educação pela Universidade de Brasília

A frase que intitula este artigo foi ouvida por um docente de língua estrangeira que devolveu o trabalho de uma estudante do ensino médio porque o mesmo não possuía capa nem identificação alguma da “pesquisa” realizada. Segundo o professor, tratava-se de um texto retirado da internet e sem referência ao sítio de onde foi extraído. O educador orientou a estudante sobre como deveria proceder para elaborar a capa e as demais informações que deviam constar no trabalho; mesmo assim ela foi procurar a coordenação da escola no intuito de desautorizar o professor.
Desse relato quero discutir alguns pontos importantes. O primeiro diz respeito ao ato formativo realizado pelo professor: ele não tirou pontos ou diminuiu a nota da aluna, ao contrário, localizou algumas fragilidades no trabalho e procurou conduzir às aprendizagens por meio do que foi identificado. Eis aqui um dos princípios da avaliação formativa: fazer para aprender e não para ganhar nota. O argumento de que tal competência não seria exigida no vestibular tem seu lado perigoso quando usado, também, no sentido contrário: você tem que aprender isso porque afinal é o que vai “cair” no vestibular. Em ambas as situações localiza-se uma das maiores crises do ensino médio: a sua identidade. Embora ele seja a última etapa da educação básica, em muitos projetos pedagógicos esse elemento é ignorado, ou seja, centram-se estratégias em intermináveis semanas de provas, simulados e treinos para vestibulares deixando de aprofundar os currículos e torná-los, sobretudo, vivenciados e significativos. Continue a ler »“PROFESSOR, PRA QUE REFAZER ISSO SE NÃO VAI CAIR NO VESTIBULAR?”