Benigna Maria de Freitas Villas Boas
Mestra, doutora e pós-doutora em Educação
Professora Emérita da UnB
Coordenadora do Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA
Integrante do Observatório da Educação Básica, da Faculdade de Educação da UnB
“Avaliações diagnósticas com gabarito”
Este é o título de uma propaganda veiculada neste semestre em uma rede social. Logo abaixo ela se desdobra com as seguintes informações:
“comprar agora”
“chega no seu email”
“pronto para imprimir”
“gabarito completo e detalhado de todas as avaliações diagnósticas alinhado à BNCC”
As escolas não devem cair nesse tipo de armadilha. Cabe aos professores planejarem e desenvolverem a avaliação diagnóstica junto aos seus estudantes para, em seguida, replanejarem as atividades em atendimento às necessidades de aprendizagem constatadas. Não é o caso de o calendário escolar prever dias para o desenvolvimento dessa função avaliativa. Ela ocorre sempre, de formas diversas, segundo o componente curricular, o trabalho pedagógico desenvolvido e os estudantes que compõem cada turma. Avaliação diagnóstica e formativa constituem funções que se complementam.
Outra imprecisão pode ser observada: tal propaganda oferece provas e não avaliações. A avaliação, tal como a concebemos, é um processo. Portanto, não tem plural. Cuidado, escolas! A avaliação diagnóstica é praticada continuamente e por meios diversos. Ela é parceira da avaliação formativa.
A mesma propaganda tenta persuadir as escolas a comprarem o produto, apresentando vantagens:
“comprar agora!”
“chega no seu email”
“pronto para imprimir”
Sendo desenvolvida continuamente, a avaliação diagnóstica não ocorre somente por meio de provas. Aliás, não cabe ao professor esperar por seus resultados para formular diagnóstico sobre a situação de aprendizagem dos seus estudantes. Antes disso ele observa o desenvolvimento das atividades em sala de aula, conversa com eles e com seus pais e analisa seus deveres de casa. Uma avaliação diagnóstica formal, isto é, com a utilização de prova, é necessária em situações excepcionais, por exemplo, quando as escolas passaram a funcionar presencialmente, após o período agudo da pandemia do coronavírus.
Em síntese, a avaliação diagnóstica é praticamente diária nas escolas de educação básica.